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Poesias-->SUA ESTRELA -- 15/01/2002 - 13:05 (Ari de souza) |
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Estrela do mar
Que brilha e mexe
Caída no lodo
Desliza e afunda.
Os braços na areia
Com a onda serena
Vem vindo não demora
E vai se despedindo...
Chamam de estrelas
Aquelas que voam
E penduram-se nos
Pontos vagos do céu.
Todo mundo espia
E olha por baixo
Espera que caiam
Em cadências e caldas
Para levantar
Sonhos de infância
Atrelados a pedidos
De realização.
Caminho indiferente
A tudo e a todos,
A maré vem morrer
Solta cá nos meus pés.
Outros diriam
Que sou um poeta
À procura do verso
Que se afastou.
Não, não mesmo.
Encontro-me apenas
Aliviando os porquês
E os porquês são
A metáfora contida
De minhas ambições e tormentas.
Se não houvessem
Rochas e privações
Se não existissem
Fronteiras onde as florestas
Derrapam nas águas do mar,
Eu chegaria
A algum lugar.
Mas ainda ando
Meu andar sem gosto.
É de tardinha,
A praia e seus transeuntes
Pacífica na imposição
Parece obrigar o silêncio
O silêncio das bocas retas.
Aceito sem saber
Insensível que estou às mudanças.
Viajou léguas para que
Uma onda desfeita
Viesse jogá-la
Tão perto de mim.
Uma estrela-do-mar
Assim jovem e frágil
Capaz de comover.
O flash astuto
De seu reflexo
Cegou meus olhos
Por instantes.
Rendeu-me vitoriosa
E girei o horizonte
Ganhei o rumo
Dos que acreditam
Nas impossibilidades.
E as doenças
E pragas que infestam,
Tremem as pernas
Diante da vontade.
Aqui de novo
Antes de voltar pra casa
Procuro a estrela
Feito para agradecê-la
E vejo que a onda levou...
Então meus olhos
Macios como os lábios
Riem ao ver
Que a vida está à frente.
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