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Cronicas-->23. MAL-ENTENDIDO -- 31/07/2001 - 07:42 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Se o caro leitor, suspeitando do título, virar a página, iremos até dar-lhe razão, uma vez que espíritos adiantados na senda do Senhor não estão sujeitos a esse tipo de dificuldade.

Verdadeiramente, o que se passou se deu comigo mesmo na derradeira peregrinação à Terra. É que fui mãe de família e tive de sustentar e criar sozinha seis filhos, pois o meu marido me abandonou definitivamente, justamente no décimo primeiro aniversário de casamento.

Dizer que me deixou nessa data é pura fixação de um período, pois, na fase anterior, tive também de suportar a presença de uma pessoa cujo único mérito era, digamos com sinceridade, trazer-me satisfação sexual, o que, de resto, parecendo real punição, tinha por consequência alguns meses de gestação e parto extremamente dolorido.

Acho que foi o fato das gravidezes seguidas que originou a idéia de ir embora, pois me recusava a ir ao posto de saúde para buscar as pílulas anticoncepcionais e não permitia que se fizesse a laqueação esterilizante.

Esse foi o mal-entendido a que fiz referência no título deste depoimento.

Mais tarde, já de volta da vida de sacrifícios que foi cortada cedo, aos trinta e oito anos de idade, é que descobri a verdadeira causa da defecção do companheiro: havia encontrado outra, com quem mantivera secreto romance nos últimos oito anos de nossa vida em comum.

Pensei que estivesse necessitado de sexo, mas fui orientada para perceber as razões mais íntimas, já que de nada o acusava, e me convenci de que fora levado à outra por força de destino de atrações e traições seguidas, nos últimos encarnes. Era como que tivesse prestado serviço às seis criaturas que pós no mundo, uma vez que não conseguiria fazê-lo com a outra companheira, estéril por problemas genéticos.

Não pretendo esmiuçar a vida do casal, que, aliás, já não se encontra junto, devido à inconstància daquela a quem o meu marido vem em perseguição amorosa, com profundas raízes desde há muito.

No etéreo, tendo em vista tudo ter ficado extremamente confuso para minha compreensão, busquei conhecer os motivos dessa aventura, pois tudo que se referia ao parceiro era frio e distante, como se fosse o produto de simples cálculo, já que nenhum sentimento de amor ou de revolta me comovia.

Será preciso dizer que fui levada a conhecer existência anterior em que adquiri enormes débitos? Pois a solução encontrada pelos orientadores e abonada por mim fora exatamente aquela realizada. Sem saber, dei sequência exemplar a todos os quesitos, sendo o mais importante o de me conformar com a sorte, fazendo sempre o melhor possível, sem qualquer reclamação.

No setor religioso, devo dizer que fui espírita de mesa branca, em centro em que não era raro o despacho de um ou outro trabalho mais pesado, cujas vibrações eu sentia profundamente durante as sessões, poderosa médium que fui.

Mas não quero deixar rastilho de vanglória ou de vaidade. Se readquiri o equilíbrio, foi para descobrir o enorme acervo de falhas e imperfeições de personalidade; foi para conhecer os débitos antigos a serem saldados.

Reflexo excelente de meu existir enobrecido pelo trabalho é o fato de estar aqui, agora, em condições de frequentar este curso, na companhia de adoráveis colegas, todos muito compreensivos e entusiastas.

Muito agradeço também aos mestres pelas orientações específicas para o meu procedimento e pelas aulas teóricas a respeito do Evangelho e de como obter o máximo proveito de cada pequenina qualidade incorporada ao caráter. São aulas de evolução cármica. (Deveria escrever em maiúsculas, tão importantes são).

Penso que os amigos que deixaram de ler esta mensagem, por desconfiarem de que o desenvolvimento não fosse muito digno, talvez tenham tido razão e não cometeram nenhum mal-entendido. No entanto, os que leram, se forem argutos, poderão estabelecer algumas conclusões preciosas, a partir das informações que transmiti.

Seria possível organizar-se algum questionário suplementar para o exame das premissas de que me utilizei para a efetivação da mensagem? Pois tentem, para que, a partir das respostas, as discussões íntimas ou em grupo tenham o condão de trazer à baila temas de suma importància para quem está em trànsito pelo orbe.

Não é estimulante?

Eis que posso adiantar a primeira questão, apenas para acender o interesse:

- Em que medida a minha condescendência ao aceitar carma tão doloroso, em função do desenvolvimento de criaturas alheias ao meu círculo familiar, poderia ter prejudicado aqueles seres que diretamente se vinculavam a mim, por amarras sentimentais e intelectuais, através dos tempos?

A resposta, evidentemente, será especulativa, mas visará à formação de conceitos não muito comuns nas comunidades espíritas, que poderão vir a ser úteis na percepção da realidade do plano etéreo.

Sigam nessa linha de investigação e busquem formular questões relativas a problemas semelhantes que ocorrem em sua jornada carnal. Vejam se as reações se aproximam daquelas que descrevi como sendo as minhas. Caso a resposta seja outra, que se examine detidamente a possibilidade de tais procedimentos estarem inequivocamente baseados nos ensinos evangélicos.

Sabemos que tal trabalho exigirá desprendimento moral superior, mas não nos custa nada sugerir. Quem sabe poderemos fazer o bem a alguma pessoa necessitada.

Chamando a nós a proteção divina, encerramos a mensagem, recomendando muita calma, muita paz e muito amor.

Olinda.


Post scriptum

Sugerimos agora que se leia de novo o título e que se justifique o texto. Quem aceitará o desafio?

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