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Artigos-->BOM DIA -- 31/01/2004 - 15:29 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
BOM DIA, MEU AMOR!



Francisco Miguel de Moura*





Diz Nelson Rodrigues, em seus escrítos pícaros, que o homem aos 18 anos não sabe nem como dizer «bom dia» a uma mulher.

E por quê?

Porque nunca disse. A vida é um aprendizado. Esse homem errará, da primeira vez a dama lhe voltará o rosto. Já numa segunda investida será melhor recebido, a modulação de sua mensagem encantará pela verdade que contém, com a ajuda da expressão de seus olhos.

O mais rude dos homens facilmente encontrará seu amor, se, na dobra do caminho está uma mulher disposta a sorrir-lhe. Do sorriso nasce a palavra, monossílabo ou não. Na palavra está o mel onde se imprime o gosto da ação e a vida e de seus aborrecimentos. Porque sem tristezas e contrariedades não se vive o amor. Nem tudo é «bom dia» no amor. O amor não é uma arte, é compulsão. A mulher é nosso contraditório: o animal mais parecido com o homem. Mas lindo, lindo.

Reconheço, hoje, fui esse homem que não teve coragem de enfrentar o amor, investir no amor, logo, as mulheres. Salvo nas horas de extrema necessidade. Sou o contrário do gentil-homem, galanteador, do que namora por namorar, dos que fazem da relação sexual apenas uma arte. Por isto, ainda hoje não sei como dizer bom dia a uma mulher.

Às vezes, como poeta, é bom conservar essa pureza, essa ingenuidade, que depois é transformada em poesia da melhor, pois o sofrimento não faz o poeta nem a poesia, mas bem que ajuda. Sem sofrer ninguém chega a ser poeta. Mas, no meio dos homens práticos, a gente sofre bastante. É doloroso passar por tolo, por causa do temperamento, do medo, da sensibilidade maior que a dos homens práticos.

E a mulher é muito mais prática, tem o gosto do imediato, do objetivo. Se ela nota que o homem vacila, que o homem não é ousado, então corre para outro.

Mas não basta saber dizer bom dia. Necessário que o complemente com palavras bonitas como «meu amor» - que para mim é uma banalidade. É riqueza para ela. A mulher é fútil, segundo minha visão que nem sei explicar. Já não é de poeta, mas de orgulhoso. Vaidade não é. «Vaidade das vaidades, tudo é vaidade.» Minha forma de vaidade é não ser vaidoso.



















*Francisco Miguel de Moura é escritor, mora em Teresina, e-mail: fcomiguelmoura@aol.com

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