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Textos_Religiosos-->O PAPA EM ISRAEL – POR PADRE MÁRIO DE OLIVEIRA -- 08/05/2009 - 20:56 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DIÁRIO ABERTO DE PADRE MÁRIO
________________________________________
2009 MAIO 08

Durante oito dias, de 8 a 15 de Maio 2009, o papa Bento XVI visita o Médio Oriente. A visita inicia-se na Jordânia e conclui em Israel. A fatia maior do bolo, cinco dias no total, é reservada a Israel. Só neste Estado, o papa contará com 60 mil polícias para o protegerem, muitos deles misturados entre as multidões, disfarçados de "devotos" /fãs seus (visita de papa de Roma a um país do Mundo, sem multidões a cortejá-lo e a aclamá-lo como um deus, ou como o actual César Augusto de Roma, não é visita que mediaticamente se apresente). A Polícia, goste-se ou não do que vou dizer /escrever acerca dela, é sempre o rosto mais visível e mais próximo às populações do Estado armado que a contrata e lhe paga. O Exército também é. Só que ainda muito mais Estado armado, puro e duro, do que a Polícia. Neste caso concreto, são um total de 60 mil polícias, a mostrar à saciedade que o Estado armado de Israel nunca brinca em serviço. Que o digam os Palestinianos, por exemplo. E até os Norte-americanos. E os Povos dos países vizinhos de Israel. Só este facto - 60 mil polícias de olhos postos no papa e nas multidões que o aplaudirem ou vaiarem - diz bem da antítese total entre Bento XVI e Jesus, o Judeu que nasceu e foi camponês /artesão em Nazaré, e que acabou assassinado em Abril do ano 30, em Jerusalém, na Cruz do Império Romano, em consequência duma exigência dos sumos sacerdotes do Templo e do Sinédrio do seu país militarmente ocupado por aquele. A Jesus, o Estado armado de então não o protegeu. Matou-o. No género de morte mais ignóbil e humilhante. E continua aí a matá-lo, todos os dias, lá onde ele aparece vestido de Lucidez, de Dissidência, de Profecia, de Insurreição Desarmada, de Ser-maieuticamente-para-os-demais-e-com-os-demais, e, sobretudo, vestido de um qualquer Ninguém com voz e vez cheia de verdade /autoridade, não de Poder, que é coisa que os Ninguém nunca têm e por isso é que são uns Ninguém. Se a Jesus, o Estado de então o matou na Cruz do Império ocupante, e se ao papa de Roma, o Estado hoje o protege, inclusive, com o recurso a 60 mil polícias, é porque o papa é a antítese viva de Jesus, é o chefe do Estado mais poderoso e mais temido do Mundo, até pelos demais Estados, Israel incluído. Nesta sua viagem pretensamente pastoral - não sejamos ingénuos: os poderosos quando se encontram nunca dão ponto sem nó e sempre tratam secretamente dos seus interesses recíprocos, a alto nível, para melhor perpetuarem o seu domínio sobre os Povos do Mundo, propositadamente mantidos por eles em estado de menoridade e sob sua tutela - o papa celebrará quatro missas públicas para multidão ver como quem vê uma ópera antiga cheia de berliques e berloques, e lerá /proferirá 30 discursos sem nenhuma Profecia, previamente escritos. Tudo está programado ao milímetro, para que não haja novas gafes do papa, a juntar a tantas outras que ele já cometeu em tão poucos anos como chefe de estado do Vaticano (sim, sim, também é o bispo residencial de Roma, mas não é nessa qualidade que ele tem 60 mil polícias a guardar-lhe as costas, para que nada lhe aconteça de semelhante ao que aconteceu a Jesus, no ano 30, precisamente em Jerusalém, porque, ao contrário do papa, ele sempre recusou guarda-costas e "papamóvel", tudo coisas que só o imperador de Roma exigia, quando saía fora do seu palácio imperial). Nesses 30 discursos, de certeza que o papa nunca se atreverá a travar, de modo actualizado, nenhum dos muitos Duelos Teológicos Desarmados que Jesus travou, nomeadamente, em Jerusalém e que lhe valeram a Morte Crucificada e Maldita. Nem sequer se atreverá a fazer suas as palavras que o Evangelho de João (15, 1-8) coloca na boca de Jesus, como dirigidas às suas discípulas, aos seus discípulos, e que a nossa Igreja católica, da qual Bento XVI se pensa o chefe infalível e vitalício - azar seu, porque na Igreja, a de Jesus, não há chefes, nem pais, nem mestres, apenas discípulas, discípulos e irmãs, irmãos, todos diferentes, todos iguais - proclamará este próximo domingo, nas suas missas ritualizadas, feitas de rotina, nenhum Espírito ou Sopro libertador. Ei-las: "Eu sou a verdadeira videira e o meu Pai é o agricultor. Todo o ramo que em mim não produz fruto, Ele corta-o e limpa todo o que produz fruto, para que dê ainda mais fruto. (...) Eu sou a videira, vós os ramos. Quem segue comigo e eu com ele, esse produz muito fruto, pois sem mim nada podeis fazer". Nem que o papa reproduza estas palavras de Jesus na missa do próximo domingo, nunca ele as fará suas. Porque elas são palavras que Poder algum sobre a terra jamais poderá fazer suas. Muito menos, o Poder armado de Israel e o Poder sagrado do papa de Roma. Estas palavras de Jesus são a Ternura feita ser humano. Só alguém plenamente Humano pode experimentar-se assim e ver-se a dizer-se assim com a mesma naturalidade com que a Luz nos alumia e aquece: "Eu sou a verdadeira videira, vós os ramos". Eu e vós, vós e eu, somos um só. Uma Comunhão total. O Poder, pior ainda se sagrado, nunca será assim. O Poder - a prática do Poder - sempre dirá: Eu sou o verdadeiro espinheiro, vós os espinhos com que eu flagelarei, desfigurarei, denegrirei, humilharei, caluniarei, excomungarei os meus opositores, os que se atreverem a resistir-me, a dissentir de mim, a fazer-me frente com a sua Paz e a sua Ternura, com o seu ser Videira /ramo de videira indissoluvelmente unido à cepa, nunca ao Poder. Noutras ocasiões, Jesus, o do mesmo Evangelho de João, diz que é o bom pastor e que todos os outros que se dizem pastores, mas nos quais não habita o mesmo Sopro ou Espírito fecundamente Libertador e Promotor de Autonomias que o habita a ele em plenitude, são mercenários puros e duros, por mais que se disfarcem de sacerdotes, de párocos, de pastores de igreja, de chefes de estado, de governos das nações. Não dão vida aos demais, tiram-lhes a vida e os bens, mesmo quando lhes dão malgas de sopa e algumas migalhas dos impostos sem conta que obrigam violentamente todos os seus súbditos a pagar-lhes. São ladrões e salteadores que se formaram nas universidades do Poder e do Dinheiro, só para depois roubarem, matarem e destruírem as populações ingénuas, cegas, não-ilustradas e não-evangelizadas. Ou são assim, ou depressa são atirados para a cruz do Império de turno e para a vala comum, como malditos. Perante semelhante alternativa, a esmagadora maioria escolhe obviamente ser mercenário. E os mais perigosos destes mercenários são os que, sem nunca deixarem de ser o que são - mercenários - gostam de se fazer passar por bons pastores. Os outros mercenários, puros e duros, topam-se a léguas e podemos acautelar-nos deles. Estes, não. Até lhes abrimos as portas metemos-los em casa e, só depois de anos e anos, é que vemos que nos levaram o couro e o cabelo para a sua conta bancária e, o que é pior, também a Mente, a Consciência Crítica, a Identidade, a Dignidade. Ao ponto de já nem sermos capazes de os expulsar mais de nós e de alguma vez chegarmos a ser nós próprias, nós próprios, por um dia que seja! Nenhum Homem, nenhuma Mulher, antes de Jesus e depois de Jesus, alguma vez disse ou dirá: "Eu sou a verdadeira videira e vós os ramos. O que segue comigo e eu com ele, esse produz muito fruto, porque sem mim nada podeis fazer." A verdade é que somos tanto mais nós próprias, nós próprios, quanto mais, como Jesus, nos repartirmos, com o que somos e temos, por todos os Povos, como o Pão Partido e como o Vinho Derramado. Fora desta dinâmica /sopro /espírito de Entrega de nós, tudo o que fizermos e dissermos é estéril, ramo seco, tem a marca do mercenário, do ritual, do institucional, do rotineiro, do peso-morto. Mulheres, Homens assim são politicamente, socialmente e eclesiasticamente um desastre. Neste nosso tempo, JoséSócrates é o protótipo no nosso país do homem assim. Não por ser agnóstico ou ateu, mas por ser idólatra ao incondicional serviço do Senhor Deus Dinheiro. É ramo seco. É espinheiro. E o papa Bento XVI é o protótipo no nosso mundo do homem assim. Não por ser crente católico, mas por ser idólatra ao incondicional serviço do Senhor Deus Dinheiro. Homens, Mulheres assim cultivam o Poder, não a Ternura e os Afectos. Não sabem ser-viver fora do Poder. Eles próprios são o Poder, o Espinheiro. Aos quais, quando eles se deslocam fora dos seus palácios, é preciso proteger com um exército de 60 mil polícias, helicópteros, atiradores especiais, câmaras de videovigilância. Sem nunca esquecer também o papamóvel ou os carros de luxo à prova de bala, dentro dos quais se deslocam pelas ruas a céu aberto. "Quando for grande vou ser / quero ser uma videira / do meu sangue fazer vinho / alegria de quem luta / ser um poço de carinho / quero ser uma videira". Um dia, dei comigo, surpreendido como um menino, a escrever este canto e a cantá-lo com a música de João Afonso. Ele diz o que mais procuro ser na vida, como homem-presbítero da Igreja do Porto, sem nada de Poder clerical-eclesiástico, sem nada de mercenário, sem nada de espinheiro. Na comunhão viva e permanente com Jesus, o de Nazaré, com o seu mesmo Sopro, o seu mesmo Espírito, o seu mesmo Projecto de vida, as suas mesmas Práticas Maiêuticas, os seus mesmos Duelos Teológicos Desarmados, experimento-me cada dia que passa homem-presbítero assim. Rumo ao Amanhã-que-vem e, felizmente, já sem qualquer hipótese de voltar atrás. Fora desta Comunhão, deste Sopro, deste Espírito de Jesus, simplesmente não seria eu, não seria o Humano-maiêutico-que-sou. Seria outra coisa. Seria um clérigo-eclesiástico, seria privilégio, dinheiro, poder, mercenário, comerciante do divino e do sagrado, tudo o que quiserem, menos um ser humano, este concreto, único e irrepetível, este Eu sou-no-Eu-Sou que é Jesus, o Crucificado na Cruz do Império e do Templo, a quem Deus Vivo, seu e nosso Abbá, deu razão, ao reconhecê-lo, na Cruz, como o seu filho muito amado. O papa Bento XVI, na sua qualidade de chefe de Estado do Vaticano, pode correr Seca e Meca, pode visitar e recitar fórmulas de oração nos lugares físicos onde Jesus andou nos primeiros 30 anos desta nossa era comum e que ele pateticamente chama "lugares sagrados" (saiba o papa e saibam todos os que se lhe parecem que não há mais lugares sagrados fora dos únicos lugares sagrados que somos todos nós, os seres humanos, a começar pelos Ninguém), que nada mudará neste nosso Mundo mergulhado na Idolatria, a não ser para pior. Que é o que sempre sucede quando um Poder se encontra com outro Poder e os dois se põem de acordo entre si. Dos espinheiros unidos, só vêm mais espinhos e abrolhos sobre os Povos. Enquanto Roma e a Igreja de Roma e toda a Igreja católica com ela não voltar a seguir com Jesus e Jesus com ela, como a videira e os respectivos ramos, os frutos que der serão apenas os do espinheiro, não os da verdadeira videira. Os Povos têm de abrir os olhos da Mente e da Consciência. Enquanto permanecerem ingénuos, cegos, infantilizados, tutelados, são carne para canhão e combustível barato que faz andar a presente Ordem Mundial do Senhor Deus Dinheiro, intrinsecamente Perversa, Mercenária, que só existe aí cientificamente organizada para roubar, matar e destruir. "Eu sou a verdadeira videira e o meu Pai é o agricultor. Todo o ramo que em mim não produz fruto, Ele corta-o e limpa todo o que produz fruto, para que dê ainda mais fruto. (...) Eu sou a videira, vós os ramos. Quem segue comigo e eu com ele, esse produz muito fruto, pois sem mim nada podeis fazer". É com Jesus que sigo e ele segue comigo. Melhor companhia não poderei ter, para continuar como até aqui a ser presbítero da Igreja do Porto simplesmente Humano, a caminho da plenitude. Quem mais quer integrar esta nossa companhia?!

Nota: Se quiserem comentar, façam-no por e-mail para padremario@sapo.pt

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