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Cronicas-->COMIGO NÃO. -- 03/08/2001 - 01:46 (Débora Veroneze) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
COMIGO NÃO!


Dodó nem terminou o 2O grau e saiu de casa para pedir emprego. Passou por todos os lugares da pequena cidade onde morava e nada. Dodó não desistiu fácil e, já que não tinha muito conhecimento e nada de experiência, decidiu tentar por outro caminho.Ao ler um anúncio no jornal sobre uma vaga de emprego no restaurante mais fino da cidade, pensou: esse é meu. Colocou sua melhor roupa e foi falar com a mulher que fazia as entrevistas. Ainda dentro do ónibus, um homem o aborda perguntando:
-Você sabe onde eu devo descer para chegar a este restaurante? - e mostra o recorte de jornal com o anúncio de emprego circundado em vermelho.
-Olha amigo, eu descerei no próximo ponto, mas você terá que andar ainda por meia hora, mais ou menos.
Dodó era o quinto da fila, esperou por quarenta minutos até que: Ufa! Chegou sua hora. Sua hora não é uma metáfora. Realmente ele demorou uma hora conversando com a mulher. Elogiou seu vestido, seus cabelos, suas unhas, o restaurante, a organização; enfim, tudo o que ele conseguiu lembrar para citar acompanhado de inúmeros adjetivos. Conclusão: o sexto elemento da fila nem foi entrevistado.
Dodó conseguiu emprego como lavador de copos e o executava muito bem. Mas ele queria mais e quando tinha a oportunidade:
-Vem cá! - e chamou o maître João de lado - Não que eu seja fofoqueiro, mas eu só estou trabalhando aqui há dez dias e aquele garçom louro já quebrou sete copos.
Na próxima semana novamente:
-João, eu só falo porque tenho interesse que o restaurante cresça: o Mathias não tem cuidado com a louça. Como se não bastasse, eu escutei um casal reclamando dele nessa mesa perto de mim.
A atenção de Mathias começou a ser chamada com frequência. O empregado não suportou a pressão e se demitiu numa noite de grande movimento. Na urgência de conseguir um substituto, Dodó se ofereceu para ajudar. No dia seguinte fora promovido a garçom. Mas o ambicioso homem quer mais e decide lutar com as armas que conhece:
Quebrava uma làmpada, Dodó consertava. Precisava ir ao banco fora de horário, Dodó ia. Precisava carregar cadeiras, Dodó carregava a maior quantidade e depois ainda ficava reclamando de dor nas costas a fim de que os patrões percebessem que ele trabalhava mais que os outros. Elogiava dona Elisa e seu Beto sempre que possível. Corria de um lado para outro na frente do maître para este achar que ele não parava nunca. Deu certo . João elogiava Dodó para os donos. Nem sonhava que estava cavando sua própria cova.
Certo dia Dodó decidiu subir mais um pouco na vida. Chegou antes que todo mundo, chamou os patrões de lado e, após enche-los de adjetivos:
-Tenho um assunto muito chato para tratar com vocês, mas para o bem do restaurante, vou falar.
-Fala Dodó! - incentivou dona Elisa.
-É sobre o João! Ele reclama o tempo todo e quer fechar o restaurante sempre cedo. Ontem mesmo, quando chegou meia noite, ele mandou um casal embora mentindo que a cozinha já estava fechada.
Dodó contou algumas verdades, inventou algumas mentiras e, no dia seguinte fora promovido a maître.
Ele até que exercia bem sua função, sempre elogiava os donos e fazia parecer que trabalhava bem mais do realmente executava. Mas Dodó queria mais. E estava disposto a conseguir. Travara grande amizade com os donos. Tudo o que falava era levado em consideração. Então Dodó começou a semear o seu próximo progresso:
-Dona Elisa e seu Beto! Eu acho que vocês ainda têm tanto a crescer. São tão inteligentes. Porque não tentar algo maior? Este estabelecimento já é pouco para pessoas tão especiais. Porque não tentam abrir uma pousada? Eu compro o restaurante.
Dodó assumiu o restaurante e contratou seus próprios funcionários. Mandava em todos e não precisava mais "puxar o saco" de ninguém. Sua vida estava perfeita. Alcançara os objetivos traçados.
Um belo dia seu melhor garçom se escorou no balcão e disse:
-Nossa, seu Dodó, o senhor é inteligente mesmo! Reformou toda a casa, aumentou a freguesia e melhorou a comida. O restaurante só cresceu depois que o senhor assumiu. Tenho orgulho de ter um patrão tão eficiente.
-E VOCÊ ESTÁ DESPEDIDO!
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