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Cronicas-->Cuidadora -- 23/02/2022 - 06:44 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Cuidadora

 

Aroldo Arão de Medeiros 


     Ela, com certeza, nasceu para que na segunda idade se transformasse em cuidadora de idosos. No título, escrevi apenas Cuidadora, sem o adjetivo idoso, porque a vida toda ela cuidou de pessoas de todas as idades.

     A irmã dela foi cuidadora de um casal por longos dez anos. Atenciosa, dedicada, ocupava-se com esmero dos descendentes de alemães que moravam à beira de um rio. A morada era um luxo. Pratarias antigas, sempre reluzentes, insinuavam um clima de realeza. Fora contratada quando trabalhara em hospital e dispendia carinho e atenção com os enfermos, principalmente anciões.

     Ela trabalhava de ajudante de enfermeira, em um hospital. Os filhos de um casal ali internados, convidaram-na para trabalhar junto a seus pais. Família rica, ela recebia generosa remuneraçãoQuando o casal de idosos morreu, os filhos, com o intuito de recompensar os excelentes serviços como cuidadora, a presentearam com a casa, escriturada em seu nome, além de todo o mobiliário nela existente.

     Meu pai, com o avanço da idade, tornou-se debilitado e passou a requerer auxílio. Somando-se a isto a terrível pandemia devido à proliferação do vírus batizado como Covid, meu pai não pôde mais desfrutar os prazeres que lhe agradavam: passear, cobrar o dízimo de porta em porta ou mesmo ir à missa. 

      Para completar, perdeu um genro que ele amava e que, diariamente, o acompanhava na oração do terço, mesmo que à distância, pelo telefone celular. Sem contar ter quebrado o pé, o impossibilitando caminhar sem ajuda de um andador ou bengala ou mesmo apoiado em alguém.

     Contratamos uma cuidadora. Mas para melhor atender meu pai, eu e meus irmãos decidimos que cada um de nós, uma vez por mês, nos deslocaríamos até a casa do pai e passaríamos o final de semana junto a ele, permitindo um descanso a minha irmã que cuida dele a semana inteira. Minha esposa, Zélia, sempre me acompanhou nos finais de semana que eu estava incumbido de cuidar do pai.

      Com o passar do tempo, Zélia concluiu ser muito pesada a carga para minha irmã e decidiu aumentar nossa estadia: ao invés de dois, permanecíamos oito dias com meu pai. A partir daí tornou-se, sem querer, uma cuidadora. O que a difere das cuidadoras profissionais é o fato de cuidar de um parente idoso sem qualquer remuneração.

    Zélia cuida de meu pai, que está com 96 anos, ministrando-lhe remédios, tratando da alimentação, da higiene, da segurança e, especialmente, do conforto e bem-estar do sogro.

      Ela é paciente, compreensiva com as limitações dele, sempre o auxiliando da melhor maneira possível. O tratamento que ela dispensa a meu pai dá a sensação de que seria assim que gostaria de ser tratada se estivesse na mesma situação.

     Em meu nome, em nome de meu pai e de meus irmãos, quero externar aqui o agradecimento por tudo que Zélia está fazendo pelo nosso pai.

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