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Cartas-->Silente alvoroço -- 21/09/2013 - 08:17 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Atordoado ainda não sei se só com a idade, mas foi muita acontecência prazerosa

num período assaz curto - ainda que bem curtido, pra que rime e faça sentido,

mas quero reiterar meu agradecimento e abraço amigo a V. e às garridas moças

divinopolitanas que me trouxeram a satisfação de um encontro quase impensácute;vel.

Fiat Luxcia Rodrigues!

Foi muito bom mesmo, meu caro JR revê-lo junto ao pessoal de casa, o quintal e as

que tantas quitandas. E ainda a revelação do Monsenhor...Faltou pouco pra eu lhe

surrupiar aqueles originais tão pescaminosos...como fizera ainda seminarista, pio

e inimputácute;vel, com umas marcas de cigarros que fiz "suverter" à coleção do colega

Osvaldo Eustácute;quio André de Melo, moço poeta da rua Oeste 108.

Vai aqui o texto sobre o Mons. a que me referi, acho de de 204, sob o título Silente

Alvoroço (não-revisado, nem publicado)

Jácute; era Monsenhor, e ainda por cima Reitor do Seminácute;rio São José, mas se

apresentava e assinava singelamente como Pe Hilton, tão-somente. Chegou a

ganhar até uma comenda vaticana, um título eclesiácute;stico que lhe parecia fantácute;stico

e orgácute;stico, que, contudo, guardava in pectore, depois de nô-la apresentar todo

cheio si: O Sumo Pontífice, Paulo Sexto, em seus primeiros anos de papado, haviao proclamado "Praelatus Domesticus".

Rimo-nos entre nós - e de lácute;bios bem cerrados -daquela prelatura. Doméstico?

Como? Um majordomo, dono-de-casa da Cúria, que jácute; tinha seu augusto Prelado

titular Christiano Portella de Araújo Penna?

Mas foi uma das poucas, raríssimas, ostentações que pude registrar daquele

homem de cenho carregado, sobrancelhas grossas, cabelos cortados bem à

escovinha, caradura de Fernandel que tinha.

Suas batinas eram quase sempre claras e até seu automóvel e a piscina de seu sítio

em Itaúna traziam as marcas do despreendimento: um fusquinha pé-de-boi, sem

cromo algum, e o fundo da piscina, ao invés dos azulejos, aquele cimento lixento.

Exímio professor de Português, foi um dos mais notácute;veis mestres que tive, na

facilidade e no ritmo compassado com que nos passava seus ensinamentos, apesar

da modorra das tardes somente alterada pelo episódico cantar súbito e agudo

do bando de saracuras três-potes , que algum vizinho do Seminácute;rio criava. E

o Monsenhor sabia animar suas aulas e as tornar leves e palatácute;veis ao mesmo

tempo. Tinha apreço especial pela gramácute;tica histórica da língua e pela coluna de

um jornalista, Alberto Deodato, que nos lia e comentava quase diariamente. Assim

como nutria sua ojeriza declarada por um político que, pelo jeito, algo teria contra

Maria.

Fora da aula, voltava a mergulhar em sua expressão meditabunda e, quando lhe

tocava reprimir algum desvio, malhar alguma ovelha tresmalhada, implacácute;vel se

tornava no linguajar imprecatório e até na vermelhidão do rosto, sem dar chance

ao menor encosto, a fim de causar o mais profundo desgosto.

Seus atos - litúrgicos - eram seguidos com vivo interesse pela comunidade que

frequentava a igreja, tanto na vizinhança do Seminácute;rio quanto nos arredores da

Catedral, para onde o Seminácute;rio se transferiu no ano seguinte. E na nossa ainda

consentida semi-profanidade, dava gosto observar que algumas pias senhoras, que

o teriam conhecido desde moço, seguiam-lhe as missas, os passos, com aquele

silente alvoroço.

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