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Cronicas-->Histórias de luz -- 23/04/2022 - 07:42 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Histórias de luz

 

Aroldo Arão de Medeiros

 

 

     Ao ler o livro HISTÓRIAS DE LUZ escrito por Luiz Cézare Vieira e Paulo Sá Brito, me deu vontade de escrever uma crônica contando as semelhanças que aconteceram comigo durante os trinta e cinco anos e 11 dias que trabalhei na CELESC, empresa distribuidora de energia elétrica em Santa Catarina.

     Em cada acontecimento colocarei a página correspondente do livro. Se verificarem, verão uma foto ou parte do texto que combina com a narrativa. Fiz estágio de férias na Eletrosul (Sotelca) (Pag. 20) em 1973. Ou seja, meu caminho estava predeterminado, já que a minha especialidade era Engenharia Mecânica, o que quer dizer que não coaduna com o único emprego que tive. Fui fiscal de construção de Linhas de Transmissão e projetista das mesmas.

     Com (dois) dias de emprego fui fiscalizar obra. Comecei na LT 69 kV Salseiros-Camboriú. Como diria o meu xará com H, Haroldo Friedmann (Pag. 138):

     - Para alguns, o primeiro dia de trabalho é uma festa: para outros, um desespero.

     Para mim foi um Deus me acuda. Nunca tinha ficado em hotel, fui com um motorista que só iria me levar. Porém, logo que chegou do campo, Francelino muito me ajudou, ensinando bastante sobre os tipos de postes, escavações, fundações, lançamento de cabo, etc.

     Um dos meus primeiros problemas na CELESC, foi falar no Rádio REB (Pag. 33). Naquele tempo, telefone era objeto de luxo e no interior só se usava esse tipo de comunicação entre as cidades. Eu me atrapalhava todo ao usar o rádio. Não coordenava direito o apertar de botão e a palavra intercalada “câmbio”. Certa vez fui na Subestação de Faxinal dos Guedes pedir para o operador passar um rádio para o despacho de carga pedindo o desligamento de uma rede de distribuição. O operador era um senhor de seus setenta anos que falou assim:

     - O Engenherro Arrão está pedindo um desligamento... Câmbio.

     - O nome do engenheiro é com um ou 2 erres?

     - É com um erre. É que a minha língua não ajuda.

     Certa vez estava entrando numa propriedade rural, juntamente com o técnico Wanderley, percebo que dois casais de alemães estavam olhando para nós cochichando na língua deles e rindo. O Wanderley iniciou a conversação sobre a passagem da linha na propriedade deles. Fiquei sério e com a cara amarrada, como se estivesse compreendendo o que estavam confabulando. Eis que um dos senhores para de falar alemão e me pergunta:

     - O senhor sabe falar alemão?

     - Falar, não sei, mas entendo tudo.

     A mudança foi radical. Falaram num português atrapalhado e nos atenderam muito bem (Pag. 79).

     Foram lançados cabos de aço contendo fibra ótica nas torres metálicas que iam de Joinville a Canoinhas, passando por São Bento do Sul, Rio Negrinho e Mafra. Todo o dia de manhã recebia um lado da linha desligado e a tarde depois de concretizar o serviço daquele dia entregava a linha para ser religada. Certo dia, sobre o pátio da Usina São Lourenço (Pag. 66), o cabo escapou do guia e bateu numa baixa tensão. Nada aconteceu de grave, mas ficou na memória, pois foi o único acidente nessa obra que durou um ano.

     Como falei, se não falei, deveria ter falado, o cabo era lançado com ajuda de um guia que se chama cabo piloto e é amarrado no cabo para-raios existente. Já em obras novas, o cabo arrasta no chão e nós fiscalizávamos para evitar que ele arrastasse sobre pedras.

Toda a caminhada era feita pelo mato, a pé (Pag. 98).

     Ao construirmos a Linha de Transmissão 69 kV Siderópolis-Mina Esperança, certo dia fui na entrada da mina procurar pelo responsável da mesma. Indicaram-me um senhor, todo sujo, que vinha do fundo da terra. Conversei com ele e recebi autorização para conectarmos a linha com a mina. Perguntei quem era aquele homem simples que parecia um trabalhador braçal. Responderam-me, para minha surpresa que era Santos Guglielme, dono dessa e de outras minas (Pag. 110).

     Sou do tempo da 1ª logomarca da Celesc (Pag. 126). Lembro-me que os Fuscas e as Rurais amarelos traziam estampados nas portas este símbolo que me acompanhou até outras mudanças que aconteceram. A única coisa que não mudou foi o meu carinho e amor que preservo até hoje por essa empresa.

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