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Cronicas-->Cara de lua cheia -- 05/08/2022 - 07:43 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

     Cara de lua cheia

 

Aroldo Arão de Medeiros

 

     Lendo uma bula de remédio constatei algumas Reações adversas/Efeitos que poderiam acontecer para alguns organismos da pessoa que o engolisse, tais como hemorragia e pancreatite aguda e diminuição de crescimento, ambas, especialmente em crianças e também reações oftálmicas. Mas o que mais me chamou a atenção foi o referente a alterações corporais, especialmente “cara de lua cheia”. Jamais esperaria encontrar esse termo em um impresso que acompanha um medicamento. Recorri ao Gu, ou melhor, ao Google, e não é que a reação de excesso de gordura na maçã do rosto tem nome? Síndrome de Cushing. Eu, na minha santa ignorância, apelidei uma amiga de Cara de Lua Cheia, pensando que estava arrombando.

     Para me lembrar da homônima dela, lembro primeiro do símbolo dos biscoitos Trakinas.

     Passei a me lembrar de outras pessoas que têm apelidos correspondentes à deformidade que apresentam no rosto. Vou nominar todos como João para dissimular um pouco o atingido.

     João Cara de Cavalo foi o primeiro que me surgiu. Lembro bem pouco desse senhor que já deve estar embaixo da terra sem poder comer grama.

     João Cara de Peneira era a alcunha do homem que deveria ter contraído varíola na infância. Era barbeiro e nunca tirava sangue com a navalha para ser o único a ter a sua aparência.

     Não sei por que um pobre ser humano recebe o codinome de João Cara Cagada.

     Não é de hoje, mas muito ouvi as pessoas falarem seu Cara de ** Sem Pestana. Até hoje não sei o significado. Serve pelo menos para encher linguiça na crônica e não no ** da figura.

     Na minha cidade havia uma mulher que era folclórica. Fazia bicos com seu carrinho de mão e era baixinha, corpo elegante, mas a idade apressava a modificação em sua fisionomia. Quando ela passava costumávamos berrar: “Arina, cara de velha, corpo de menina”. Ela atirava pedras e pedaços de pau, ou o que encontrasse pelo chão, em nós que éramos guris e nos divertíamos com aquilo.

     Vou me despedindo sem estar Cara a Cara com o leitor, mas ao lado da minha Cara-Metade. Não sou “O Cara”, nem Cara de Pau, mas vou levando a vida e com vontade de meter... a Cara no mundo e nunca mais aparecer.

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