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Contos-->um bar desses e um papel -- 27/11/2001 - 13:16 (pedro alem santinho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
E pra quem mais seria...
Eu começo falando da minha saudade e continuo pelas ruas saltando sobre chicletes mascados grudados no chão e também contando os pisos de cor preta e assim mesmo o tempo passa como que fora de rotação e destoa da replica de sentimento que as vezes me invade.
Por que você não me escreve? E conta como está, coisas bobas e outras abissais. Fale sobre a importância da gente. O que mensura a pulsação do seu coração. Responda o que seu corpo inflamado grita quando nem o silêncio faz calar.
As vezes me sinto tolo, outras sei lá. O que deveras me apraz é uma estupidez de amontoado de cores que não apontam lado algum ou mesmo hoje como seta que trespassa carne vermelha e quente. O que me faz escrever talvez seja a vontade de te ter mais próxima dentro de mim ou estar dentro de você. Sentindo o que diz sua chama, e seus cabelos - já cresceram lembro deles um pouco curtos.
Não sei o que todos pensam a respeito. Nem tampouco o que fiz naquela noite. O importante disto é a saudade que mais parece uma pedra bruta teimando em partir - ao meio. Fico relembrando - pelo menos faço o possível para reconstruir a imagem que tenho.
Suave é a aurora que tomba no fim de nossos olhos e este crepúsculo é névoa ténue sobre o arrebol da manhã. Não peque. Não pegue. Negue. A vontade faz de tudo uma coisa tosca e o sentido é ilegível para aqueles sofredores da angustia urbana dos noites frias e chuvisquentas. Estúpida é a fala que mente ao discurso. A cacofónica nota nos ouvidos é o martelo da verdade estraçalhando nossos medíocre crânios inertes. Cinza escuro a voraz ansiedade e amor e amar e amo. E amo-amar-amor. O dia - sentimento estranho e contundente - acerta o peito o bojo da humanidade. Uníssona nota destoante que retumba ao toque do ventre fresco de um ser rasgado, morto - estúpido.
Uma fala é mais que o retrato do todo. Um corpo é uma coisa que consome oxigênio. Inerte.
Perdi a direção da fala que nutre escondendo as mãos estereotipadamente mente e o cacoete deixa explícita - as mão na boca, o queixo.
Perdi a perna que me segurava ao chão. Perdi o que denunciava o medo. Perdi a coragem que me impelia a fala. Perdi o medo que me fazia feliz. Perdi a vontade que me machucava por amor. Perdi o respeito por mim por falta de convicção.
Deixei pra trás pois eu falhei e falho e erro. A aceitação do fracasso fez triste a minha razão meu sentimento de mundo, como queria mário. Se eu me chamasse qualquer nome, um eu, aceitava meu direito a falha, ao erro. Mas... tenho uma vontade absurda de acertar. Eu te amo e amei. Esta carta fala.... eu não posso pois desta forma eu perderia. E por me perder te perderia e por te perder perderia-me todo sem ser possível encontrar-te de novo.
Por me procurar perdi-me desigual e fraturado. Fraco e confuso. Manso e triste. Não acertei pois não tenho coragem de falhar. Perdi você por ter me perdido por inteiro.
Continuo correndo desesperado - as mãos sobre os olhos para proteger a vista do fracasso. Para proteger a vista dos pequeninos grãos de areia que cortam. Bússola sem norte. Seta na víscera. Corpo cravado na terra. Areia incrustada na artéria coronária afetando até mesmo a fábula do coração.
E paramos e deixamos e aceitamos e cortamos e o rasgo na face atinge o crânio. Uma faca sobre o pulso e a gravidade sempre a mesma direção. Uma frágil nota ressoa nos sinos de todas as igrejas.
Outro dia deses qualquer eu sai hoje para visitar pessoa perdidas pela rua. Sai olhando qualquer um, um sujeito insone que caminha até de madrugada pra chegar em casa e depois dormir.
Entrei por acaso e pensado num desse cafés idiotas que encontramos em todas estas esquinas. Sentei meio sem procurar onde e com a certeza do lugar exato de por as minha nádegas que não sabem o que dizer ao entrar em lugares como este. Na porcaria da minha frente uma mesa e sobre ela perguntei ao sujeitinho do balcão se havia água com gás - foi qualquer dia desse que aprendir a gostar deste troço salgado - vai saber - pedi também um cappucino e esperei com a minha água salgada o cappucino. Voltei o meu olhar para o outro lado e o bar estava quase vazio, não fora o vento e a (in)existencia de duas garotas - com caras de estudantes, é deste jeito que imagino mesmo aquela bundinha pra se apertar e a pelezinha do rosto límpida e rosada....
Sonho com você de vez em quando lembrar... é mais frequente. Outras vezes sinto vontade de chorar - não é raro, no entanto não o faço. A saudade é constante, uma falta de ar. As vezes respiro água. O peito parece sempre apertado e a garganta... Se já me acostumei até com o gosto de alho e agua gaseificada. O tempo salva até Sísifo que parece cansado e sentou sobre a pedra. Outro deus -Prometeu - vejo - o cansado e rancoroso com os homens.
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