"- Olha o alho!"
olho o alho
e ali olho
além do alho.
José vende dentes.
Rezas na capela.
Seu suor, somente
Não alimenta sua favela.
Seu filho aguarda
Ele, de tanto esperar, cansou
A fome não tarda
sem esperar josé, chegou.
O menino em prantos
molhou a lata,
chorou no canto
a dor primata.
Olhando perplexo
O prato sorveu
Seu pouco reflexo
E não se encheu.
José chegando ao lar
Não encara a criança
Que chora ao ver seu jantar:
mais um prato de esperança...
Marcelo Assunção
|