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Cronicas-->Arcádia de Minas Gerais, setembro/22 -- 13/09/2022 - 18:21 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

 

 

 

 

ARCADIANAS
“AUREUM COR IN FERREO PECTORE”
BOLETIM MENSAL DA ARCÁDIA DE MINAS GERAIS
Presidente da Arcácute;dia: Josemar Alvarenga
Editor: Árcade Paulo Miranda
Belo Horizonte, 14 de setembro de 2022

NOTA DO EDITOR

Setembro vai pela metade e, por feliz co-
ocorrência é que nosso sodalício mensal se

realiza neste décimo quarto dia do mês das
flores: a primeira quarta-feira foi cair
justamente na Magna Data Nacional,
ducentésimo aniversácute;rio da Independência
Pácute;tria, e, esta segunda, subsequente marca
um singular acontecimento que é a
realização do encontro na residência da
Decana Árcade nossa reverenciada Elza de
Moura, certamente uma das pouquíssimas

pessoas que vivenciaram as celebrações do
primeiro e do segundo centenácute;rio da
Independência Nacional.
E o que mais vou dizer senão agradecer a
colaboração de toda a Confraria, e que
estamos dando continuidade à publicação de
artigos de convidados que adicionam cores e
sabores ao nosso cardácute;pio literácute;rio e nos
ajudam, simultaneamente na divulgação de
nossas próprias produções.

FELIZ ANIVERSÁRIO!
02 - José Carlos Serufo
03 - Mácute;rcio Aristeu Monteiro de Barros
11 - Edelvais Campos Silva
17 - Daniel Antunes Júnior
24 - Raimundo Nonato Fernandes
24 - Dr. Walter Taveira

Efemérides do mês de setembro
Maria Inês de Moraes Marreco – Cadeira No 23

01 1886 – Nasce Tarcila do Amaral, pintora modernista do Brasil
04 1842 – Casamento de Pedro II do Brasil com a princesa Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias;
05 Dia da Amazônia - A data foi escolhida em 05 de setembro de 1850, quando D. Pedro II criou o atual estado da Amazônia,
no intuito de conscientizar a população sobre a relevância da floresta amazônica e o impacto negativo do desmatamento,
desequilíbrio da fauna e da flora e poluição
1997 – Morre Madre Teresa de Calcutácute;, santa e missionácute;ria católica indiana de etnia albanesa
06 1922 - Data da oficialização da letra do Hino Nacional Brasileiro, véspera da comemoração do centenácute;rio da Independência
do Brasil
07 1822 – Declarada a Independência do Brasil em relação ao domínio do Império Português, episódio celebrado do Dia da
Pácute;tria
08 1966 – Dia Mundial da Alfabetização, instituído pela ONU para destacar a importância da alfabetização em uma sociedade
1793 – Primeiro Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém do Parácute;
11 1836 – Os rebeldes farroupilhas proclamam a República Rio-Grandense, durante a Guerra dos Farrapos
2001 – Têm lugar os ataques terroristas da Al Qaeda às Torres Gêmeas de Nova York e ao Pentácute;gono em Washington
12 1902 – Nasce em Diamantina/MG o ex-presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek de Oliveira
1957 – Morre José Lins do Rego, escritor brasileiro
1996 – Morre Ernesto Geisel, 29o. presidente do Brasil
15 2007 – Instituído o Dia Internacional da Democracia
16 1836 – Morre o compositor brasileiro Carlos Gomes
18 Dia dos Símbolos Nacionais, em que são celebrados a bandeira, as armas, o selo e o hino
1950 – Inauguração da TV Tupi São Paulo, iniciando as transmissões de televisão no Brasil
20 1835 – Inicia-se a Guerra dos Farrapos com a invasão de Porto Alegre pelos farroupilhas
21 Dia da Árvore, a data tem como objetivo criar uma conscientização na sociedade acerca da importância das ácute;rvores para a
população e maior preocupação com a preservação do meio ambiente
2001 – Instituído o Dia Internacional da Paz, declarado pela ONU em 30 de novembro de 1981
22 Início da Primavera
24 1834 – Morre D. Pedro I do Brasil
27 Dia Nacional do idoso – Dia do ancião
28 1871 – Dia da Lei do Ventre - Livre; a Lei do Ventre-Livre, também conhecida como Lei Rio Branco, foi apresentada pelo
Visconde do Rio Branco, sancionada pela Princesa Isabel e promulgada no dia 28 de setembro de 1871 para limitar a
duração da escravidão no Brasil Imperial, propunha a partir dessa data a concessão da alforria às crianças nascidas de
mulheres escravizadas no Império do Brasil
29 1908 – Morre Machado de Assis, escritor brasileiro e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras
1992 – Fernando Collor de Mello, presidente do Brasil, sofre um impeachment e é afastado do cargo
30 1452 – É editada A Bíblia de Gutenberg, o primeiro livro impresso na Europa Ocidental a partir de tipos móveis de metal,
marcando a virada na arte da produção de livros e na transição da Idade Média para o mundo moderno

A BANALIZAÇÃO DA VELHICE

Maria Inês de Moraes Marreco - Cadeira no.23
Num mundo em mutação, em que as mácute;quinas têm vida muito curta,
não é necessácute;rio que os homens sirvam durante um tempo demasiado
longo. Tudo que ultrapassa a 55 anos deve ser descartado como
refugo.
Dr. Leach, Antropólogo de Cambridge

Sim, é como refugo que nesses tempos difíceis
de enfrentamentos a verdadeiras catarses
mundiais, como por exemplo, a Covid 19,
quando, obrigados à reclusão, percebi o quanto
os idosos têm sido considerados supérfluos,
inúteis, desnecessácute;rios ou até verdadeiros pácute;rias.
A condição do idoso é vergonhosa e a população
se acomoda. Do ponto de vista político, com
base no capitalismo de uma economia baseada
no lucro, ouvimos com frequência que o material
humano só interessa enquanto produz.
Serácute; este o destino que nos reserva a sociedade
em que vivemos?
Quando Simone de Beauvoir, uma das
personalidades intelectuais que mais
influenciaram o comportamento humano nos
últimos tempos, escreveu A velhice, foi
questionada sobre o porque de abordar tema tão
triste. Sua resposta foi que era exatamente por
isso: para quebrar a conspiração do silêncio,
afastar o fantasma da velhice, o preconceito que
existe quanto aos que jácute; são obrigados a
conviver com suas próprias limitações, angústias
e incertezas do amanhã.
Os idosos não têm intensão de trapacear, é o
sentido da vida que estácute; em questão, sabem
quem são e não ignoram quem serão, assumem
sua condição humana, têm dificuldade de
enfrentar a aposentadoria por julgarem que isso
os levarácute; à decadência mais depressa, e julgam a
situação com repugnância. Aceitam como regra
as palavras de Rubem Alves: “Contei meus anos
e descobri que terei menos tempo para viver

daqui para frente do que jácute; vivi até agora. Tenho
mais passado do que futuro...”
Serácute; que ao ouvirmos que a população
aposentada representa uma estagnação
econômica, menor nível de crescimento ou até
mesmo “quebra” dos orçamentos
governamentais, nos lembramos de que essas
pessoas estão vivendo neste momento?
Isso é no mínimo injusto.
Basta voltar às culturas milenares para observar
que toda a casa devia obediência ao homem mais
idoso, a condição da mulher era muito mais
elevada que o dos jovens dos dois sexos; quando
atingiam a velhice elas tinham influência
predominante na educação dos netos. Ainda hoje
é de notório saber que milhares de famílias
contam com a renda e a ajuda dos idosos,
principalmente as mulheres, que estariam
condenadas a sacrificar suas carreiras e seu
desenvolvimento profissional, condenadas a uma
vida doméstica, se não pudessem ter o apoio dos
pais e avós.
Não nos esqueçamos de que os idosos são molas
propulsoras de uma sociedade que se desenvolve
e evolui, cada passo que dão nos proporciona
uma lição aprendida e amadurecimento através
de suas vivências. Jácute; foram jovens, jácute; tiveram
voz e querem continuar a ser ouvidos, querem
compartilhar seus saberes, não desejam ser
invisíveis. Entendem que o organismo declina e
que as chances de subsistir diminuem, é a lei da
vida. A situação financeira em declínio é, nas
palavras de Hemingway: “A pior morte para o

indivíduo, é perder o que forma o centro de sua
vida, o que faz dele o que realmente é”.
Serácute; muito difícil permitir que os idosos tenham
suas preferências? Que cada um possa encontrar
seu verdadeiro caminho? Fazer as escolhas de
acordo com o que sentem? Sentir-se capaz ou
mais jovem do que a idade cronológica impõe?
Viver bem?
Voltando a Rubem Alves: “... quero a essência...
minha alma tem pressa... caminhar perto de
coisas e de pessoas de verdade... o essencial faz
a vida valer a pena... e para mim basta o
essencial”.
O idoso é perfeitamente consciente do que tem
pela frente – isto é, muito menos do que jácute;

viveu, o futuro encolhe e o presente é pesado,
mas não precisa ficar imóvel, pode fazer o que
lhe for obsequiado. A ausência de objetivo torna
sombria a vida de um velho, torna-o
melancólico, triste, às vezes até egoísta,
tornando impossível a vida dos que o cerca.
Assim como as crianças os velhos estão
autorizados a compreender o verdadeiro sentido
do hoje. Elas por não se preocuparem com o
amanhã, têm muitos pela frente, eles por serem
conscientes de suas restrições. Portanto, que não
sejam negados aos idosos os pequenos prazeres:
o amor, a mesa, o ácute;lcool, o fumo, o esporte, os
amigos e o convívio permanente com a família,
prazeres esses que muitas vezes são dosados ou
avaramente doados.

A HUMANIDADE E AS LENDAS

Josemar Otaviano de Alvarenga Venda Nova/BH, 04/7/22

Sem a mentira, a vida humana é insustentácute;vel. Na maioria dos casos, ela permite a vida mais
fluida, não apenas para aquele que mente, mas também para quem escuta aquela afirmação
falsa. Somos extremamente performácute;ticos, porque somos socialmente inibidos a dizer o que
pensamos. Mas, é uma situação diferente da vivida pelo mentiroso compulsivo, que pode ter

sérios problemas para se relacionar.
Claudio Bertolli Filho1

1 - O quê é lenda?2
Lenda é narrativa oral fantasiosa de perpassar por gerações e/ou culturas. Nasce de simples
relato inspirado em um fato e objetivado para a função específica, ou de mero fruto da
imaginação com o mesmo fim. Após sedimentar-se na oralidade, no geral, transformam em
tardios escritos destorcidos de seu início; é quando se avantajam as mirabolantes narrativas
fantasiosas como acrescentos explicativos ou orientações, justificativas doutrinácute;rias de cunho
moral, aos costumes. São numerosas as lendas locais, regionais que depois se transformam em
orientação comportamental individual, social/tribal e até universal. Lenda é citação do
impossível à realidade, do inexplicácute;vel pela ciência em reforço à crença, a fé. Só um poder
superior explica e justifica a realidade do descrito, pois, “Quem conta um conto, aumenta um
ponto”. Portanto, lendas combinam fatos com a irrealidade mística e criam o ar de poder
superior, de liderança; o mito, a santidade, a deidade, o cientificismo. Para a humanidade, as
lendas apresentam explicações plausíveis ao desconhecido pela ciência, mas, justificado pelo
precedente da lenda, oportunizando e reforçando a crença com ares de absoluta verdade.

2 – O quê é folclore?3
Folclore é constituído de lendas. É conjunto de tradições e manifestações populares
perpassadas via oral, por gerações. O folclore representa a cultura de um povo. Com fins
específicos regionais, formam parte do vasto folclore brasileiro as lendas; Saci Pererê, Boi
Tatácute;, Curupira, Mula-sem-cabeça, Yara, Boto, Caboclo D’ácute;gua.
3 – O que é a verdade?4
A verdade em grego aletheia: é aquilo que não estácute; oculto, o não escondido, manifestando-se
aos olhos e ao espírito, tal como é, evidenciando a razão. A verdade em latim, veritas; é
aquilo que pode ser mostrado com precisão, em referência ao rigor e a exatidão. A verdade
em hebraico emunah; significa confiança, é a esperança de que aquilo que é e serácute; revelado e
irácute; aparecer por intervenção divina. Thomas de Aquino definiu a verdade como expressão da
realidade, a concepção do senso comum. Verdade é a concepção do grupo em um senso
comum
4
.

E=mv2

E= Energia; m = massa; v= velocidade da luz; 2 = quadrado. Albert

Einstein5

Einstein propôs a “Teoria da Relatividade” e a “Partícula de Deus” consta desta teoria: tudo é
relativo e nada é preciso. A Física Quântica mostra; não existe o absoluto, inclusive as
erroneamente chamadas “Ciências Exatas” devessem ser chamadas de “Ciências da
Aproximação”, visto que, nada é exato no universo, devido à relatividade levando a sua
constante mudança no tempo e no espaço. Tudo é dinâmico exceto o conceito dogmácute;tico da
fé, no Criador. O comportamento é predomínio de um conjunto de propostas e aceitações
mútuas, comuns ao grupo.

- Sancho vês aquilo?
– Não. Não vejo. Senhor!

– Estácute;s certo. Só se vê aquilo que a mente estácute; preparada para ver.

Miguel Cervantes6

Ora, a verdade visual do cego não se compara com a verdade visual do míope nem do
portador de astigmatismo nem do daltônico. Portadores de visão na normalidade, não vêm o
mesmo fato nem o interpretam de igual modo; depende do ângulo de observação e de outros
valores.
4 - Toda verdade deve ser dita? Devesse dizer sempre a verdade? (S to Agostinho x S.
Thomas de Aquino)7
Antiga cidade europeia, horda irada e armada aos dentes com foices, machados, ancinhos,
pedras e pedaços de paus corria perseguindo possível malfeitor. O fugidio entrou esbaforido
na praça e se escafedeu por uma das suas múltiplas vielas. Ali se encontrava Thomas de
Aquino e a tudo assistia. O líder da horda aproximou-se de Aquino e perguntou-lhe,

apontando para a via por onde o perseguido fugira: - O fugido passou por aqui? Thomas de
Aquino sabendo o perseguido sem a mínima chance de defesa; seria linchado de imediato e
covardemente em praça pública, voltou-se ao inquisidor, enquanto com as mãos sobre o
peito, e a mão direita entreaberta deslizava no antebraço esquerdo sobre a pele e debaixo da
manga de suas vestes, calma e firmemente respondeu: - Por aqui, ele não passou.
Não se falou mentira, contou-se pura verdade, uma vida salva e restou um ensinamento.
Lendas permitem saciar a curiosidade, esclarecer dúvidas, propor medidas saneadoras,
descrever e ajudar a estabelecer novo objetivo cultural: político, religioso, social, econômico,
científico, outros. Lendas aguçam, estimulam, implantam, estabelecem e fazem permanecer as
“verdades” e as mudanças ao conceito e comportar humanos.
5 - O que é parácute;bola?8
Parácute;bola é mensagem em narrativa indireta alegórica analógica ou comparativa, pode se
alicerçar em fato ou no imaginácute;rio, com objetivo doutrinácute;rio, de carácute;ter moral, mormente
religioso. Exemplo são as parácute;bolas dos Evangelhos Cristãos.

6 - O quê é mito?9
Mito é narrativa fantácute;stica de uma tradição oral, às vezes reporta a um personagem humano,
real ou fictício, com forças sobrenaturais ou outros seres que, de mesma forma, encarnam
forças supremas da natureza em comportamentos humanos, justificando o inexplicácute;vel ao
entendimento. Hácute; os mitos gregos, romanos, afros, afro-brasileiros; os santos, orixácute;s, deidade
são mitos em diferentes graduações.

Existem três mentiras: A verdadeira mentira; A política; A estatística.

Benjamim Disraeli10
.

Heróis de todos os povos sejam guerreiros, santos, cientista, todos são mitos e eles modelam a
história dos povos. Sem mitos não hácute; civilização, não hácute; religião, não hácute; povo, não hácute; pácute;tria.
A história, como a religião, a política e a economia, aí se pautam.
7 - Escritos históricos e religiosos.11
Qual a verdade dos escritos históricos e/ou religiosos? Dizem os historiadores que ao
vencedor cabe a glória e o relato da história. Ao derrotado, cabe o lamento e a aceitação. Quê
dizer dos relatos descritos da tradição oral, até por muitos escritores com pontos descritivos
convergentes, mas, ocorridos hácute; mais de meio século ou até séculos depois do fato? Os
ocorridos foram contados e recontados, acrescentados e suprimidos, modificados e corrigidos;
quem pode garantir o contrácute;rio? A permanência na oralidade manipula segundo interesses e
outra vez, quando transcrito por escriba sem convivência no período de ocorrer. Se a

descrição do presenciado jácute; é destorcida; qual veracidade pode-se esperar dessa certeza
histórica?

A lei é feita pelos sácute;bios para enganar os tolos. Sabedoria chinesa

Mesmo geograficamente descritas com precisão e alguns fatos serem verdadeiros, as
exuberâncias têm finalidade indutiva a objetiva crença. A certeza das narrativas ocorre pela fé
e pela ausência de outros referenciais. Isso ocorre, por exemplo, com as obras do historiador e
apologista judaico-romano, Titus Flavius Josephus (37ou 38 – 100ac), conhecido como
Flavio Josefo12; referência na história do povo judeu e judaico-romana, cristã. O mesmo se
encontra, ao se comparar evolutivas traduções do Antigo e do Novo Testamento com as
descobertas de outros escritos da época e achados arqueológicos.
O mundo religioso de hoje carece de críticas e de anácute;lises e lhe sobra credulidade e desejo

de ler textos sagrados à luz de nossos dias. Juan Árias 13

No início do cristianismo havia mais de 80 evangelhos. Novo Testamento começou a ser
escrito no ano 70, no primeiro século da era cristã. O primeiro Evangelho foi de Marcos, tudo
apanhado da oralidade. A decisão oficial da Igreja quanto aos evangelhos de Marcos,
Matheus, Lucas e João, foi no ano 325 d.C., no Concílio de Nicéia. A decisão ocorreu graças
a um milagre. Lybelus Syndicus13 conta o milagre: “de todos os evangelhos presentes na
Igreja, apenas quatro levantaram voo e se colocaram sobre o altar. Os restantes ficaram
imóveis, em seus lugares e foram considerados apócrifos”.14 Esta é uma das três versões: “Os
evangelhos foram colocados sobre o altar e todos foram caindo, permanecendo sobre a mesa
somente os quatro, Matheus, Marcos, Lucas e João”.14 A última versão: “O Espirito Santo
atravessou o vidro da janela, que não se quebrou, foi pousando no ombro de cada bispo,
sussurrando o nome dos evangelhos”.14
Hácute; cinco Bíblias diferentes: judaica, hebraica, católica, ortodoxa, protestante.
Não se discute a teologia, este levantamento relaciona-se a coleta de dados históricos
comparativos com achados e outros escritos antigos anteriores ou da época e as formas
rocambolescas de confirmar a “realidade divina” para a narrativa induzir a crença. As
Sagradas Escrituras, a Bíblia Sagrada foi traduzida mais de quinhentas vezes. Todo tradutor
quer atualizácute;-la à conveniência da sua interpretação, para o possível entendimento atualizado.

Só Alácute; é Deus e Maomé, seu profeta. Fé islâmica

Maomé nada escreveu. Maomé citava o que foi escrito como Corão. Dois de seus seguidores
ouvintes transcreveram os ensinamentos, cada qual ao seu modo conservando os princípios da
religião. No pós-morte, a disputa entre os herdeiros fiéis a Maomé, seu maior Profeta, resultou
em duas facções sectácute;rias; Os sunitas, palavra derivada de “Ahl al-Sunna,”, ou “as pessoas da

tradição” e correspondem de 85% a 90% dos fieis e os xiitas de origem na facção política,
literalmente os “Shiat Ali” ou partido de Ali, genro do profeta Maomé.15
Deus é aquilo que existe por si só, e por mais nada é determinado a existir e todo o
mundo, ou tudo aquilo que existe, existe Deus e é parte essencial de Deus, ou seja,
Deus é tudo e tudo é Deus ao mesmo tempo. Baruch Spinoza16
Perguntaram ao Einstein se ele acreditava em Deus, assim ele respondeu: Creio no Deus de
Spinoza. Não creio nesse Deus preocupado e vigilante do comportamento do homem. Ou tudo
é milagre ou nada é milagre.
8 – Conclusão
Ficam as questões: A verdade é relativa? A verdade prevalece na mentira mais bem elaborada
e aceitácute;vel? O mentiroso é ético? A mentira evidente, a trapaça perpetrada é moralmente
vácute;lida? Afinal, o que é a verdade e o que é a mentira?
9 - Bibliografia
1 – Claudio Bertolli; Professor de Antropologia da UNESP (Universidade Estadual Paulista)
2 - Lenda; Oxford Language.
3 - Luís da Câmara Cascudo foi o primeiro folclorista brasileiro. Em 1941 fundou a
“Sociedade Brasileira de Folclore”, em 1943 redigiu o “Dicionácute;rio Brasileiro de Folclore” –
Bibliografia de... por Dilma Frazão, bacharel em biblioteconomia pela UFPE.
4 - Para entender a História... ISSN 2179-411. ANO 2, VOL SET., SERIE 05/09.2001, P.01-
04.
5 - Albert Einstein, físico alemão de ascendência israelita, cidadão norte americano, propôs a
Teoria da Relatividade.
6 - Miguel Cervantes, autor do livro que consolidou a literatura espanhola “DOM QUIXOTE
DE LA MANCHA”.
7 - Santo Agostinho/ São Thomas de Aquino: Teólogos do cristianismo, ambos são doutores
da Igreja.
8 - Parácute;bola; definição de Oxford Language.
9 - Mito. In, Os Pilares da Civilização; Marco Aurélio Baggio.
10 - Benjamim Disraeli; Filósofo, economista, Primeiro Ministro do Reino Unido.
12 - Flácute;vio Josefo – Infopédia; https//pt.m.wikipedia.org>wiki>FF...
13 – Lybelus Syndicus Os nomes dos títulos dos Evangelhos designam seus autore? Paulo da
silva Neto Sobrinho. Evoc Editora virtual O Conservador- Londrina PR.
14 - “A rocambolesca história de como a Igreja Católica escolheu os quatro evangelhos
cristãos”. Juan Arias. 12/12/2019 – EL PAÍS.
15 - Entenda as diferenças e divergências entre sunitas e xiitas. - BBC NEWS Brasil.
16 – Baruch Espinosa ou Benedictus Spinoza; filososo holandês de origem serfadista
portuguesa. Um dos primeiros pensadores do Iluminismo e da Crítica Bíblica moderna,
considerado um dos grandes racionalistas da filosofia do séc. XVII.

DOCE MÃEZINHA

Homem de muita ação e pouca conversa, era
o tio-avô Leopoldo, que provinha de extensa
irmandade, lácute; das bandas da Abadia, que é
como o atual município de Martinho
Campos antes se conhecia. E até hoje, à
revelia.
Era o Leopoldo, na realidade, tio de mamãe,
mas seu mais constante prosear, nas poucas
vezes que nos visitava, era com papai, que
corda e borda lhe dava. E aí, de contido, o
tio virava fluido, bem fluído.
Era, por natureza, irriquieto e empreendedor
- e sistemácute;tico. Após passar alguns anos na
boléia dum caminhão e ter rodado o país nas
estradas de chão, resolveu botar em prácute;tica a
idéia de montar uma fácute;brica de doces.
Estabeleceu-a em Divinópolis e, como o
negócio se expandia, passou-a para o filho
mais velho, e foi procurar outras bandas para
se rearejar e a vida continuar. Em Sete
Lagoas é que foi dar. E labutar, que era seu
princípio salutar. Não podia parar.

A paradinha que se permitiu foi para nos
visitar na Velha Serrana e, como gentil
oferta, trouxe-nos um pacote de sua nova
produção, que antes fora de amendoim, e
agora, sim, virara do puro leite, pra nosso
antecipatório deleite. Orgulhoso, do
conteúdo e embalagem, mimoseou-nos com
o Doce Mãezinha.
Enquanto papai o entreteve na sala de
visitas, zarpamos com a barra para a copa e a
disputa foi engalfinhada, deixamos sobrar
quase nada.
Ao voltarmos à sala, quis o tio sistemácute;tico
ser simpácute;tico com a garotada:
- E então, moçada, gostaram do doce?
A resposta imediata - antes não fosse - foi
despachada pelo Nacho,
na franqueza de seus seis anos:
- Elé infaroso...

Paulo Miranda

O DIFERENCIAL DA BUCHA

Quando criança, não tínhamos o conforto
que hoje usufruímos. O único sabão que
usácute;vamos era o preto que minha mãe fazia e
nós ajudácute;vamos a mexer o tacho, a fazer as
bolas, depois de pronto, ainda bem
quentinho. Usava-se o sabão preto em todo
tipo de limpeza doméstica. E com a bucha
vegetal formava um casamento perfeito no
processo de higiene.

A bucha — este fruto de uma trepadeira de
origem asiácute;tica — cultivácute;vamos no quintal.
Ela foi mais um presente dos africanos que
muito bem se adaptou às condições de solo e
clima de nossa terra. Sabia-se que a bucha
podia ser colhida, quando a casca ficava
amarelo-castanho. Cortácute;vamos o cabinho e,
durante alguns dias, ela ficava secando para
que as sementes se soltassem. Arrancácute;vamos
a casca e depois a batíamos a em superfície

firme; uma festa ver as sementes pulando e
caindo longe.
Aí, cortava-se a bucha em duas partes,
recebia um banho de ácute;gua quente para
amolecer as fibras e começava sua labuta.
Um pedaço, reservado para o banho,
trabalho que exercia com muita eficiência.
A outra parte, para a lavagem dos
vasilhames da cozinha. A fim de lavar bem
as panelas, usadas no fogão a lenha, a bucha
recebia a ajuda de areia fina para tirar a
barrela, porque esponja de aço não havia lácute;
em casa. Depois da cozinha arrumada,
guardava-se aquele material de limpeza,
bucha, sabão preto e areia, debaixo da pia
dentro de uma cuia.
Minha mãe era uma ótima administradora
dos serviços domésticos. A cada semana
fazia rodízio de todas as tarefas rotineiras
distribuindo-as entre nós, as cinco filhas.
Um dia, chegou a vez da Maria Elena lavar
o vasilhame do jantar. A cozinha, jácute; meio
escura. Nossas lâmpadas incandescentes,
fraquíssimas, pouco iluminavam aquele

ambiente de fogão de lenha. Da janela da
cozinha avistácute;vamos o quintal que, a esta
hora da noite, era puro breu e nós crianças
tínhamos medo só de olhar... Então minha
mãe escalava uma outra das meninas para
sentar no banco perto da pia e ali
permanecesse, enquanto durasse a lavagem
das vasilhas.
Maria Elena recolheu todo o vasilhame
usado no jantar e foi pegar a bucha em
baixo da pia. Como era seu costume, antes
de usar a bucha, espremia-a para tirar o
excesso de ácute;gua que por acaso tivesse.
Apertou e a “bucha” esperneou! O que
ouvimos foram os seus gritos desesperados.
Vimos então um sapinho que, tão assustado
quanto minha irmã, pulando, rapidinho,
alcançou o quintal e sumiu na escuridão.

Lúcia Rodrigues
Divinópolis / MG
(37) 9 8425 4847

FALTA UM PEDAÇO

Quando te vi...
apaixonada fiquei.
Lindo.
Garboso.
Elegante.
Forte.
Correto.
Um encontro perfeito!
Ouvia os meus anseios...
sorria para os meus apelos.
Acenava para a finitude
da minha pontualidade.
Calado...

olhava me...
silencioso
amoroso.
E eu te...
admirava.
agradecia
a poesia
dos seus sons
alinhados aos meus tons.
De repente...
pura e simplesmente
você me deixou...
desatou o laço
sem abraço.

Partiu...
não se despediu.
O seu espaço...
estácute; vazio.
Os meus olhos...
procuram o seu afago.
Instintivamente...
falta me...
um pedaço!
Numerais romanos...
formato de esfera.

O meu relógio de parede
calou se ...
no sereno da noite.
Sem conserto...
meu fiel companheiro
ausente...
para sempre!
Falta me um pedaço!
Falta me um pedaço!

Zaciss
Lavrinhas/SP
Contato (12)9 9126 5454

FOI DEUS

Foi Ele que plantou
nos campos as açucenas
soberbamente pintou
as florestas e searas plenas.

Foi Deus quem deu ao riacho
limpidez e suave murmúrio
ao pácute;ssaro colorido penacho
e ao poente um manto purpúreo.

Ele fez toda a Natureza
o sol, as estrelas e o mar
criou em êxtase a beleza
para Sua criatura, o homem, desfrutar.

Autora: Maria Antonieta Camargo Amarante
Celular 41-9991-6023
E-mail antonieta.amarante@gmail.com

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