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Cronicas-->27. PRECES INTERMITENTES -- 04/08/2001 - 07:22 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Costumava rogar aos Céus toda vez que me ocorriam fatos cujo domínio não estivesse ao meu alcance. Assim, quando um filho ou a cara esposa adoeciam, já me punha de joelhos perante o altar caseiro e, diante da vela acesa, pedia, fervorosamente, que o Senhor se dignasse volver o misericordioso olhar sobre aquele humilde teto, para minorar o sofrimento de todos.

Mas as orações restringiam-se a algumas palavras ditas com muita fé e já me desviava para outros pensamentos, cujos temas se relacionavam com o peditório, de início, para depois divagar pelos acontecimentos da vida, até terminar por me reconhecer fantasiando ocorrências inteiramente estranhas aos eventos da hora.

A essas divagações é que resolvi chamar de preces intermitentes.

Quando de volta ao etéreo, tendo passado por perigos imensos no Umbral, acudiam-me à memória, muito frequentemente, as preces que fazia, tais quais. Se me via assediado por seres monstruosos, a me acusarem de males cuja autoria não me imputava, bradava por socorro e me punha, de imediato, a rezar. Entretanto, por melhor intenção tivesse de solicitar auxílio às forças do bem, não demorava e me via envolvido pelos temas a que acima me referi, em verdadeira obsessão, como se estivesse estigmatizado pela memória.

Era tormento dos grandes.

Receio que a descrição psíquica possa conduzir os amáveis leitores a imaginosas situações de desespero, na tentativa de absorverem a lição. Explico eu, antes que se argamassem os fantasmas mentais de que me vi atacado.

É que não orava com verdade, pois requisitava do Além, simplesmente, a cura dos males, para que pudesse prosseguir realizando na vida os mesmos feitos, sem obter das vicissitudes os ensinamentos. Julgava que era mister dos bons amparar os aflitos, cabendo a estes tão-só ser atendidos, nada fazendo para deixar de sê-lo, se, de novo, as condições infelizes se conjuminassem para o efeito do sofrimento, fosse físico, fosse moral. Utilizava a prece como a ferramenta que se deposita na caixa e de onde se retira, conforme a necessidade.

Agora estou em condições de repensar a oração e de configurar as necessidades de maneira mais apropriada, ou seja, conforme as leis de causa e efeito. Desse modo, afora as preces de agradecimento pela existência, pelas graças e pela felicidade, adquiri o hábito de rogar por compreensão, por acréscimo de fé e de esperança e por fortaleza moral para enfrentar, com mais denodo, as circunstàncias desvantajosas.

Tenho tido êxito relativo, pois conservo aspectos daquela intermitência, não conseguindo concentração absoluta nas vibrações positivas através das quais devo entrar em contacto com as energias cósmicas provindas dos seres superiores. Mas vou progredindo, lentamente, empenhando-me em favorecer tal aprendizado, junto aos antigos parceiros de encarnação, sendo esse, atualmente, o meu principal trabalho de campo.

Além disso, estou recebendo fortes influxos dos instrutores e protetores, no sentido de arquitetar volta à Terra, em condições tais que deverei aplicar os recentes conhecimentos. Tenho hesitado um pouco, pois não me considero totalmente preparado, embora saiba que irei receber completa assistência. Peço ao Senhor que me ilumine, para que as resoluções sejam as mais justas possíveis.

A par dessa conjuntura pessoal, estou tendo algumas dificuldades em integrar o meu carma (se assim posso definir o programa de vida) aos das entidades amigas que deverão constituir-se na família que me agasalhará e a quem, por minha vez, deverei dedicar-me.

A bem da verdade, para que não se tenha a falaz idéia da simplicidade das organizações vitais, tenho de prever inúmeros outros fatos em que deverei aplicar os conhecimentos, assim como testar a desenvoltura no trato com os vícios e deformidades morais. Que esta comunicação não se perca por considerar uns poucos aspectos, conforme roteiro consignado pelos instrutores. Têm os humanos o mau hábito de circunscreverem os problemas, para mais facilmente equacionarem-nos e resolverem-nos.

Orgulho-me, evangelicamente, de ter vindo trazer a minha colaboração, para o que fiz questão de retratar-me o mais próximo possível da realidade psíquica, com o intuito de os amigos virem a examinar esta personalidade submersa em inúmeros dramas meramente carnais. Dediquem-se a esse estudo, pois obterão recursos de análise que se constituirão em modelos preciosos para investigações pessoais, ou na ajuda às deficiências dos companheiros.

Muito agradeço ao Senhor ter-me permitido aproximar-me desta mesa, embora a mente não esteja lúcida, a não ser pelo influxo energético dos colegas de grupo. Peço aos mentores que me inspirem, neste arremesso final, pois desejaria oferecer valiosa amostragem do aprendizado que tenho desenvolvido na Escolinha de Evangelização, mercê do alegre companheirismo e da suave complacência dos professores.

Se não fui muito claro, devo dizer que desejei demonstrar pelo fato como é que, no momento da prece, tenho o vezo de me desviar para outros temas. Como diria o conhecido apresentador, na versão nacional:

- Acredite, se quiser...

Não temos compromisso com a seriedade das formulações, podendo ser alegres, enquanto não nos desviarmos do tema em pauta. Por isso, não estranhe a observação acima e concentre-se na idéia que está sugerindo. Felizmente, não temos de ser chatos a ponto de vir explicar cada pensamento, em seus mínimos detalhes...

Graças a Deus, obtive permissão para encerrar, pois estava ficando aflito, a ponto de ter recorrido várias vezes a preces instantàneas, como recurso para obter a ajuda do Pai.

Que as bênçãos do Senhor tenham o condão de despertar a todos nós para a Verdade e para o Amor! Assim seja!

Vespasiano.

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