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Artigos-->4º Fórum Social Mundial -- 10/02/2004 - 18:25 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
4o. Fórum Social Mundial: eixo contestatário Índia-Brasil



10/02/2004



A influência das ONGs brasileiras no 4º FSM deu-se através da intervenção de seus representantes no comitê internacional do evento, transmitindo o “know how” revolucionário de seu país em particular e latino-americano em geral; do papel de “ponte” exercido pelo pró-castrista Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) entre o FSM e o Mumbai Resistance 2004 (cfr. artigo anterior, “Mumbai Resistance 2004 e MST”); e da ativa participação em conferências e seminários dos aproximadamente 700 membros da delegação desse país, a mais numerosa depois da delegação da Índia. A agência de notícias Terra Brasil chegou a afirmar a certa altura do evento, que “os brasileiros que participam do 4º FSM assumiram a voz da América Latina”.



Porém, a influência brasileira no 4º FSm deu-se também no nível do governo desse país, o único da América Latina que enviou uma representação ministerial. Fizeram-se presentes o ministro das Cidades, Olívio Dutra – ex-governador do estado do Rio Grande do Sul, cuja capital é Porto Alegre – que assistiu em representação do próprio presidente Lula da Silva, e o ministro da Cultura, o compositor Gilberto Gil. Outras autoridades do primeiro escalão do governo brasileiro também participaram do 4º FSM, como Marco Aurélio Garcia, assessor especial de Lula para assuntos internacionais.



O governo desse país montou um amplo stand no FSM, a “Casa Brasil” e também o fez o Partido dos Trabalhadores (PT), atualmente no poder. Através de seus representantes, o governo do Brasil deu a conhecer formalmente seu interesse em uma aliança estratégica, não só com o FSM, mas também com as ONGs indianas e com as próprias autoridades desse país asiático, para alcançar uma esquerdização na atual correlação de forças do panorama internacional. Trata-se da criação de um eixo internacional contestatário, tendo o Brasil e a Índia como dois de seus principais impulsionadores.



FSM, principal “novo protagonista”



Marco Aurélio Garcia qualificou o movimento global de ONGs e, dentro deste, “o próprio FSM”, como o principal “novo protagonista” do panorama internacional. Acrescentando sem rodeios que seu governo está contando com a pressão desse “novo protagonista” para a reforma da ONU e de seu Conselho de Segurança, de maneira que “se configure um novo equilíbrio internacional”, com sinal de esquerda. “Reconhecemos no FSM um elemento de interlocução fundamental da posição do governo brasileiro”, disse Gracia, explicando que “os governos estão se mostrando sensíveis às demandas da sociedade civil organizada”. Em outras palavras, além dos eufemismos, o assessor de Lula propôs ao FSM uma aliança, para pressionar os governos que se mostrem reticentes em aceitar as metas esquerdistas do governo do Brasil.



Ministro Dutra



O ministro das Cidades, Olívio Dutra, que em 2001 e 2002 fora anfitrião do FSM enquanto governador do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, reiterou a importância que Lula atribui ao G-3, uma aliança entre Brasil, Índia e África do Sul. Destacou também que é “muito importante” a realização do evento na Índia, porque dessa maneira “os movimentos sociais latino-americanos e os movimentos sociais desta outra região do globo se enriquecem mutuamente”. Trata-se de um intercâmbio de experiências e de táticas revolucionárias no seio do FSM que, postas em prática, podem reverter em benefício da atual política externa brasileira.



Dutra, do mesmo modo que Garcia, não escondeu seu interesse nas pressões que as ONGs em geral, e o FSM em particular, estão em condições de exercer sobre governos e organismos internacionais que oponham obstáculos ao novo (des)equilíbrio pretendido pelo Brasil de Lula. Nesse sentido, manifestou seu interesse em que “também as organizações supra-nacionais tenham controle público e democrático”. Ou seja, que fiquem a mercê das pressões das redes contestatárias de ONGs que, como se viu no primeiro artigo desta série, querem consolidar-se como a “segunda potência mundial” (cfr. “4º Fórum Social Mundial: neo-imperialismo de uma potência mundial ‘emergente’”).



Diante dos graves problemas sociais da Índia, que têm sua origem no milenar sistema de castas, baseado na religião brahmânica, chamou a atenção dos presentes a afirmação do ministro Dutra de que a Índia “já tem uma grande contribuição” em matéria de soluções para problemas sociais como as “desigualdades” e as “injustiças”. Perguntado sobre qual seria essa contribuição, tão difícil de perceber, à vista do atual cenário social quase surrealista da Índia, Dutra se esquivou de dar uma resposta, alegando que o mais importante era, neste momento, ressaltar “convergências” e “semelhanças”.



Hugueney: viagem de Lula e “pontes”



O embaixador Clodoaldo Hugueney, representante da chancelaria brasileira no 4º FSM, durante sua participação no seminário “Construindo pontes entre Brasil e Índia”, efetuado em 19 de janeiro pp., destacou a importância de uma “aproximação” de setores da “sociedade civil” do Brasil e da índia, assim como o papel do FSM para “construir pontes” entre ambos. Também ressaltou a transcendência da aproximação entre governos, colocando como exemplo o já mencionado G-3 e a visita de Lula à Índia, que se concretizou poucos dias depois, em 26 de janeiro. Nesse dia, Lula participou como convidado de honra das comemorações de um novo aniversário da promulgação da Constituição, a data oficial mais importante da Índia.



Publicado originalmente pelo Destaque Internacional - Informes de Conjuntura Ano VI - No. 128 - Responsável: Javier González, Buenos Aires / Madri, 26/01/2004



Tradução: Graça Salgueiro



***



Obs.: E aquela musiquinha da década de 1970, cantada outro dia alegremente por Lula Boeing da Silva:



“À Índia fui em férias passear

Tornar realidade um sonho meu

...

No ano que vem

À Índia vou voltar

Pra ver meu bem.”



Na verdade, ano que vem Lula Boeing pretende forrar ainda mais sua conta bancária por conta de diárias em dólares...



Dizem que a próxima viagem de Lula Boeing será ao Alaska. Para vender geladeira Cônsul aos esquimós... Antes, nosso “global trader” dará uma passada na Antártida, na base brasileira, para vender picolé aos pingüins... (F.M.)











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