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Cronicas-->Falência múltipla -- 03/11/2022 - 16:03 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Falência múltipla

Mariano Andrade

 

Em medicina, a falência múltipla de órgãos caracteriza um quadro clínico em que mais de um sistema vital para de funcionar adequadamente. Muitas vezes, a própria defesa do organismo torna o processo mais instácute;vel, dificultando o tratamento eficaz. Pacientes com falência múltipla de órgãos muitas vezes não têm prognóstico, é uma questão de tempo até virem a óbito. Praticamente, só lhes resta a fé.

Quando um paciente morre de falência múltipla de órgãos, não se pode ao certo afirmar qual sistema ou órgão foi responsácute;vel pelo desfecho final.

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A eleição de Lula é a falência múltipla do Brasil.

Para combater um governo que não agradava a diversos setores da sociedade – vácute;rios deles alijados das benesses polpudas e imorais de outrora – o Brasil testemunhou uma subversão da realidade e uma relativização de conceitos que certamente atacarácute; o país em diversos flancos. Quem se ilude quanto a isso nada mais é do que um tolo.

O país não tem prognóstico.

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Falência moral.

Somos a primeira nação do mundo a eleger um condenado e preso por corrupção para um cargo executivo. A honestidade deixou de ser uma condição essencial para o tratamento da coisa pública. O texto poderia parar aqui – trata-se de uma disfunção que leva à falência de outros valores. Quem aceita votar em Lula, aceita votar novamente em Sérgio Cabral e – dada nossa nova (des)ordem moral – provavelmente terácute; a chance de fazê-lo.

Vácute;rias gerações cresceram ouvindo a mácute;xima de que “no Brasil, só pobre vai preso”, ou “no Brasil, a única coisa que dácute; cadeia é deixar de pagar pensão”. Tivemos o privilégio de ver isso mudar: cidadãos poderosos, ricos e influentes foram encarcerados, verdadeiras fortunas desviadas dos cofres públicos foram devolvidas. O país, finalmente, estava se tornando um império da lei.

Conseguimos a infeliz proeza de não só soltar os corruptos presos, para agora elegermos o chefe da quadrilha que, certamente, colocarácute; em cargos estratégicos seus companheiros de crime. Ou alguém acredita que Lula virou um político probo ou que se aterácute; a indicações técnicas e apartidácute;rias? Ao longo do mandato, muitos fantasmas aparecerão.

Lula jamais se desculpou pela corrupção da era PT – desculpas essas devidas mesmo com a fantasiosa narrativa do “eu não sabia” (lembram?). Os eleitores de Lula, quando indagados sobre corrupção, invariavelmente respondem com os “51 apartamentos de Bolsonaro” ou “as rachadinhas”. Esquivam-se do tema, preferindo relativizar os malfeitos. Hácute; uma diferença, porém – Lula foi condenado por 20 juízes, Bolsonaro não. Ainda hácute; a presunção da inocência no Brasil?

A moral da sociedade brasileira parou de funcionar. Aqui, o crime compensa.

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Falência política.

Lula elegeu-se aliando-se a pessoas que ele odeia (e que o odeiam), a começar pelo vice Geraldo Alckmin, eterno antagonista ao PT.

Lula aliou-se a Tebet, uma oportunista descarada e cuja companheira de chapa o acusou de mandante de assassinato. A que ponto chegamos? Vale qualquer associação pelo poder.

Lula não apresentou nenhuma proposta – elegeu-se pela sua persona. Culto à personalidade historicamente termina em fracasso. Bolsonaro, por outro lado, perdeu a eleição devido à sua persona. A política brasileira se resume a isso: “gosto” ou “não gosto” do candidato. Pouco importa o que ele pretende fazer e o legado que deixarácute; ao final do mandato. O eleitor se esquece de que personas mudam, mas o legado fica.

O país elegeu um ex-condenado por corrupção e deu a ele um cheque em branco. Que legado esperar?

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Falência institucional.

“Eleição não se ganha, se toma”. Essa fala de um ministro do STF jácute; esgotaria o tema – a mais alta corte do país entende que as eleições não precisam ser limpas.

A autoridade eleitoral, por sua vez, é contrácute;ria ao aumento de transparência, vendendo a ideia esdrúxula de que temos a melhor tecnologia do mundo em sistemas de votação. Incrível não termos empresas tão grandes e poderosas como Apple, Samsung, Google, não? Num país onde tudo demora (apesar da auspiciosa digitalização da economia promovida nos últimos anos), somos capazes de “apurar” 120 milhões de votos em 3 horas. A eleição poderia passar a acontecer no dia 1º de abril.

A cruzada contra Jair Bolsonaro destruiu a separação de poderes – vimos o judiciácute;rio legislar livremente, sem qualquer questionamento do parlamento. Que democracia é essa? Com um parlamento de centro-direita, alguém tem dúvida de que o STF seguirácute; interferindo no processo legislativo?

Lula indicarácute; dois ministros do STF nesse mandato. Alguma dúvida de que serão amigos, com os quais volta e meia Lula troca tapinhas no rosto? Gente da pior espécie, gente que coloca favores, persona e lealdade política acima dos valores institucionais.

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Falência da ordem.

A pauta de Lula e seus aliados contém temas como descriminalizar pequenos delitos e outros afins. Claro, a chapa contou com apoio maçiço e explícito de organizações criminosas. 

A Califórnia, estado dos mais ricos dos EUA, descriminalizou shoplifting (pequenos furtos no varejo) hácute; alguns anos. Resultado – vácute;rias empresas fecharam suas lojas e demitiram funcionácute;rios. É exatamente o que nos espera, uma “violência do bem” destruindo a economia e o emprego.

Isso sem falar na “violência do mal”, aquela que vem por atacado.

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Falência sucessória.

Em 40 anos de política, Lula não formou nenhum líder para sucedê-lo. Quem pensa que, depois de 4 anos, passarácute; o bastão a Alckmin deve morar em outra galácute;xia. Se sua saúde lhe permitir, Lula concorrerácute; à reeleição em 2026 e, provavelmente, sem Alckmin na chapa.

E, assim sendo, não escaparemos de mais uma campanha lamentácute;vel, dominada pelas personas e pelo populismo. Para um povo de pouca instrução como o nosso, não hácute; chance de um candidato técnico e com agenda propositiva (Tarcísio ou Zema) competir com uma figura como Lula. Lula é capaz de mentir fragorosamente em campanha, de prometer picanha, cerveja, pão e circo – a receita para atrair um adversácute;rio também populista para a contenda.

No mínimo, hácute; que se admitir que Bolsonaro seria o “waze eleitoral”, o caminho mais rácute;pido para termos alguma chance de, em 2026, escapar da polarização que tanto emburrece. Carisma não se transmite, e os líderes forjados por Bolsonaro não gozam do mesmo carisma que ele. Portanto, só uma persona (Bolsonaro de novo?) poderácute; fazer frente a Lula da Silva. 

Por segurança, Lula tratarácute; de manter o “nós contra eles”, de infernizar a vida dos estados governados por opositores e de tentar poluir a agenda política com caças às bruxas. Tudo para evitar o surgimento  ou consolidação de novas lideranças.

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Falência jurídica.

O sistema judiciácute;rio do Brasil foi desmontado para que Lula pudesse concorrer à presidência. Os processos, julgamentos e decisões de um sem-número de juízes foram simplesmente rasgados. Como podemos esperar doravante uma sociedade onde todos são iguais perante a lei?

Hácute; alguns anos, Lula jácute; havia afirmado que Sarney não era um homem comum perante a lei. Lula não acredita no império da lei, nunca foi um conceito que lhe agradasse, afinal é um ególatra que espera que a lei se molde à sua conveniência. Agora, powered by STF, Lula é a lei, e assim serácute;.

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Falência administrativa.

A eleição de Lula vai custar caro para a sociedade brasileira. Lula deve favor para muita gente – TSE, STF, partidos, políticos, banqueiros, e outros “democratas”. Quem espera que o governo Lula seja pautado por indicações técnicas pode voltar para Marte.

A cartilha petista é indicar para cargos importantes os “companheiros” derrotados nas urnas. Então, teremos que engolir figuras como Fernando Haddad, Olívio Dutra e outras tantas que causam nácute;useas e para as quais o eleitor jácute; disse “não!”. Exagero? Quem foi o primeiro presidente da Petrobrácute;s da era Lula? José Eduardo Dutra, então recém-derrotado na eleição para o governo do Sergipe.

Com indicações políticas, a chance de termos melhoria nos serviços públicos é nula. Também não esperem um ambiente acolhedor para investimentos privados, teremos gente medíocre em todos os escalões, incapazes de inovar e promover as alavancas do crescimento.

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Falência federativa.

O Nordeste foi instrumental para a eleição de Lula. Trata-se de uma região pobre justamente por ser governada majoritariamente por partidos de esquerda desde a redemocratização. A região produz pouco e tem muitos eleitores, uma receita perfeita para o clientelismo e a servidão – terreno perfeito para provar empiricamente as teorias de Hayek.

O Nordeste jamais terácute; progresso com Lula ou outro governo de esquerda, pois ali reside sua possibilidade de se perpetuar no poder, não sem custar aos cofres públicos obras populistas, transferências de renda eleitoreiras e outros movimentos bem conhecidos. Ocorre que os estados que geram mais riqueza têm legitimidade para questionar essa equação: afinal, para que trabalhar e produzir, se os tributos são revertidos para benefícios (de curto prazo e populistas, majoritariamente) de outrem?

A União Europeia estácute; sendo desmantelada justamente pela disparidade dos países-membros. Os alemães não querem mais financiar a Grécia, tal qual SP em algum momento não concordarácute; em bancar o clientelismo nordestino.

Alguns preferem o caminho do progresso, outros trilham o caminho da servidão. Essas agendas tão díspares são incompatíveis numa união federativa.

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Falência informacional.

Lula acredita no controle da mídia – falou sobre o assunto sem nenhuma censura (oops) durante a campanha. A grande mídia espera voltar a mamar nas tetas do estado e, claro, darácute; a contrapartida de noticiácute;rio favorácute;vel ao governo.

É daí para pior. Durante o processo eleitoral, testemunhamos uma censura descarada, inclusive com prerrogativas censoras ex-ante, virou minority report. Para tanto, contou-se com o voto lamentácute;vel de uma ministra do STF, “eu sei que estácute; errado, eu sei que é ilegal, mas vou aprovar”, um momento singularmente trácute;gico para nossa história.

Durante o governo “fascista” de Bolsonaro, os “artistas” puderam postar imagens do presidente num caixão com flores, ou montagem de um jogo de futebol onde a bola era a cabeça do presidente. Um jornalista desejou publicamente a morte de Bolsonaro quando o presidente contraiu covid-19. Bolsonaro é o fascista mais incompetente da História, pois deixou a sociedade falar mal à vontade. Pior: deixou haver eleições livres, vejam só!

Jácute; os “democratas” das altas cortes pensam diferente. Prendem quem posta comentácute;rios negativos sobre eles, invadem contas de celular e por aí vai. Abusam do poder que têm e do que não têm, não tendo nenhuma censura (oops) em legislar amiúde. Ah, e nada de eleições justas.

Essa serácute; a tônica do governo Lula: adeus informação, adeus contraditório, adeus liberdade de expressão. Virácute; aos poucos, para ninguém perceber. Quando a sociedade se der conta, a ácute;gua jácute; estarácute; fervendo.

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Falência internacional.

Os fanfarrões Macron, Di Caprio, Mark Ruffalo e outros dementes hipócritas vão comemorar a vitória de Lula. O senil Biden, se lograr compreender o que se passa, também. Porém confundir confete e serpentina com respeito e relevância internacionais é uma infantilidade descomunal.

Lula é um despreparado, capaz de declarar que a guerra da Ucrânia se resolve com cerveja (precisa da picanha acompanhando?). Só isso jácute; bastaria para desacreditácute;-lo internacionalmente – desrespeita interlocutores que buscaram a paz antes de o conflito ser deflagrado, desrespeita jovens que vão lutar na guerra, desrespeita os mortos e seus familiares. Um ultraje.

Mas Lula é ainda pior: é o “idiota útil” modelo exportação. Lula jamais admitiu o erro de apoiar o chavismo, regime ditatorial que destruiu o país outrora mais rico da América do Sul. Lula jamais se furtou a enaltecer Cuba, algo incompatível com prezar pela democracia. Nos mandatos anteriores, Lula simpatizava com o Irã e o Estado Islâmico, aquele que decapitava jornalistas ocidentais. A Nicarácute;gua parece ser a queridinha da vez. Beijar a mão de ditadores e ter respeito internacional são situações mutuamente excludentes.

“Ah, mas teremos Meirelles”. Irrelevante – pode ser Dilma ou Mantega também, o destino é o mesmo, só muda a velocidade. O investidor internacional vai capturar o relief rally, se houver, e depois vai destinar o capital para jurisdições onde a propriedade privada e a lei sejam respeitadas.

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A lista é longa, hácute; outras tantas falências que contratamos para a sociedade brasileira ao eleger Lula da Silva. Quando o país finalmente morrer, não saberemos qual “órgão” foi responsácute;vel pelo último suspiro, mas saberemos qual foi o molusco causador. Só nos resta a fé.


fonte: contraponto

 

Fonte: https://jogoaberto.net.br/2022/11/02/falencia-multipla-por-mariano-andrade/

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