Somos vascaínos

Aroldo Arão de Medeiros

     Dentre as rosas és a mais bela. O Rio do Carnaval, do futebol continua lindo. Deixemos a violência e a fome de fora. Para Martinho, autor da frase, “Há quem acorda sorrindo e na mesma manhã também chora”, não há adjetivo que o embeleze mais o Rio de Janeiro, “E a Nossa Rio de Janeiro, tão bonita, Maravilhinda”. 

     Por que deixarmos a fome e a violência fora do contexto? Quanto mais falarmos nessas pragas que nos afligem, mais elas aparecem. Pensemos somente em coisas boas. Festejemos a paz, desprezemos a guerra. O criador da frase “A minha amada quando está bem-humorada logo se esconde debaixo do cobertor”, manifesta-se publicamente, que: “É certo que a tristeza não se deve cultivar”. 

     Assim como o meu ídolo, eu também torço pelo Vasco da Gama. Meu amor por esse grande time está um pouco esmorecido por causa dos desmandos de certas pessoas dentro do clube. Não se trata o Roberto Dinamite como a um qualquer. Ele foi o maior jogador do Vascão. Ainda hoje só transmite alegria por onde passa. Mesmo assim, apesar dos percalços, o cantor, Martinho da Vila sonorizou: “E minha alegria é ver meu Vasco jogar”. 

     A qualidade dos jogadores caiu muito. O mesmo não se pode dizer das torcedoras. Elas melhoraram a ponto de ainda me deslocar até a um estádio. Ficaram mais soltas e mais livres para amar e serem amadas. Não são como antigamente que se prendiam a tabus e não se aventuravam a deixar a libido se expor. Hoje ela, a nossa escolhida, nos faz feliz na rua “E no leito é totalmente sem preconceito”. Além de mais faceiras também se tornaram mais belas. De barriguinha de fora, de sandálias de dedos, do modo como se vestirem serão admiradas e adoradas. Têm tudo ao seu dispor para as deixarem mais bonitas. Usam e abusam da beleza. Usam-nos e às vezes abusam da nossa cara.

     Mesmo assim somos seus escravos, pois com o seu andar rebolado, os seios balançam sensualmente, como diria o autor do livro Romance Fluminense: “e os tornozelos adornam seus pés”.