Usina de Letras
Usina de Letras
151 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62210 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50604)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140797)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->O índio e a natureza -- 09/01/2023 - 08:04 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

     O índio e a natureza 

Aroldo Arão de Medeiros

     Folheando um jornal local, de pequena tiragem, me deparei com uma carta escrita pelo cacique indígena Seatle ao Presidente dos Estados Unidos Franklin Pierce.

     A missiva fora redigida em 1854 e para meu espanto se aplica muito bem nos dias de hoje à defesa do meio ambiente. 

     É uma lição inesgotável de amor ao ecossistema e à vida, que deve permanecer na consciência de milhões de pessoas em todas as partes do mundo.

     É o hino de todos aqueles que amam a natureza e tudo o que nela vive. 

     Vou repassar algumas frases para mostrar a dimensão filosófica desse índio:

     - “Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? O homem vive comprando terra e tendo direitos sobre pedaços do céu. Cada pedaço desta terra é sagrado. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e na experiência”. 

     O “batuqueiro” Martinho falaria da natureza com uma pitada de malícia que lhe é peculiar e diria:

     - “Em você dependurado qual roupa no quarador”. 

     O cacique controlava seus índios e tentava controlar a ganância do homem branco. Ele dizia:

     - “Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cavalo, a grande águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro, e o homem – todos pertencem à mesma família.” 

     Já o autor da frase “Eu sou da guerra pela paz” diria que este índio “está tão alegre como a solidão”.

     O filho da selva escreveu muito mais. Aconselhou os americanos ao declarar:

     - “Vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão”.

     Reclamou ainda do barulho da cidade grande:

     - “Não há lugar quieto nas cidades. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto. E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debater dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite?” 

     O “grande escritor”, bebericando uma cerveja, diria:

     - “Está tão certo como a incerteza”. 

     O pele vermelha em tom mais romântico disse que, “prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.” 

     Da natureza o “avô de Raoni”, chefe da “tribo Ferreira”, diria que hoje ela “está tão pura como a impureza”. 

     Sobre o convívio entre o homem e a natureza, o paciente índio nos diz:

     - “O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo. Todas as coisas compartilham o mesmo sopro - o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro, porque o ar é precioso para o homem”.

     Para encerrar essa prosa o “vô de Dandara” comentaria sobre a natureza nos dias de hoje:

     - “Está tão rica como a pobreza”. 

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 16Exibido 58 vezesFale com o autor