Lendo o texto “E se Deus não existisse”, encontrei uma parte em que o religioso fala do racionalista como se estivesse falando de se próprio, a não ser que o autor tenha trocado os textos.



“E continua o Bispo Rafael Cifuentes, referindo-se a ilusória felicidade sem Deus, que alguns homens acreditam:



“Como tem experiência a cada instante do caráter fugitivo do prazer presente, que se lhe escapa como a água entre as fendas de um recipiente quebrado, cria ilusões para o futuro, (...) Seu desejo de felicidade fá-lo sonhar, como aos doentes febris, mil fantasias; deposita suas esperanças num futuro maravilhoso para consolar o seu tão insatisfatório presente. O homem é um novelista incorrigível. Tece com sua imaginação uma rede de devaneios e se deixa pescar por ela, como se deixa envolver no enredo de um romance de felicidade onde ele é o protagonista vitorioso. Constrói com sua fantasia o que deseja vir a ser e depois acredita que realmente acontecerá aquilo que imaginou. Esta imaginação o engana e o alegra ao mesmos tempo, como uma miragem” E se DEUS Não Existisse? -- 10/02/2004 - 16:29 (Domingos Oliveira Medeiros).



Após ler esse parágrafo, retornei ao anterior, para ver se não havia confundido alguma coisa. Não me pareceu nada que um religioso possa falar dos racionalistas, mas sim o que um racionalista pode dizer sobre os religiosos. Observem:



“Como tem experiência a cada instante do caráter fugitivo do prazer presente, que se lhe escapa como a água entre as fendas de um recipiente quebrado, cria ilusões para o futuro”, como UM MUNDO PERFEITO, SEM SOFRIMENTOS APÓS A MORTE “(...) Seu desejo de felicidade fá-lo sonhar, como aos doentes febris, mil fantasias; deposita suas esperanças num futuro maravilhoso”, O PARAÍSO DIVINO, “para consolar o seu tão insatisfatório presente. O homem é um novelista incorrigível. Tece com sua imaginação uma rede de devaneios e se deixa pescar por ela, como se deixa envolver no enredo de UM ROMANCE DE FELICIDADE ONDE ELE É O PROTAGONISTA VITORIOSO. Constrói com sua fantasia o que deseja vir a ser e depois acredita que realmente acontecerá aquilo que imaginou. Esta imaginação o engana e o alegra ao mesmos tempo, como uma miragem”, isto é, A EXPECTATIVA DE QUE UM DEUS O BUSCARÁ UM DIA E O LEVARÁ PARA UM PARAÍSO, UM LUGAR ONDE NÃO HAVERÁ SOFRIMENTOS E A VIDA NÃO TERÁ FIM, FÁ-LO FELIZ.



A impressão é de que o autor se confundiu e utilizou um texto racionalista em lugar de um texto religioso.

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