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Cartas-->A MELHOR POESIA JAMAIS LIDA AQUI -- 22/02/2002 - 01:13 (denison_obras selecionadas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Neste belo texto poético escrito há quinze anos atrás, tento, através de uma espécie de oração às Musas, demonstrar a fragilidade e a falta de pureza de outras artes que não a música. Cada manifestação do Homem é derrubada verso a verso até se crepuscular na Musa Triunfal. Até mesmo a poesia aqui é submetida à música.
É evidente que, com o passar dos anos, não concordo com a intenção do texto, entretanto fico admirado, até hoje, com a inspiração lírica a que fui atacado na adolescência, que, naturalmente, desembocou em Orlando, minha peça teatral totalmente em versos, cheia de beleza e poesia.

MUSA TRIUNFAL

* Belas Artes *
Como executa a Natureza Nua
Por esta forma o Homem, fruto desta, cria
Se há em tudo pigmentos, contornos e matizes cruas
A criatura, com massa, pincel e tubos, copia

Que há de puro nisto todavia
Se somente é admirado
Como sublime o resultado
O final de toda esta utopia

Se o processo da plástica criação
É a própria vida dinâmica nas etapas de composição
O que admiramos, pois, nas galerias,
Tomba no posteriori, o Já acabado
Destarte Croma, em tua arte há do Derrotado
Cultura Morto-vivo, onde o estático é deslumbrado
Para mim, lembra o Já dominado
D’onde o fluxo vívido passa lá distanciado

O mar, beleza oceânica, mal cabe em seus quadrados
Os pássaros, frágeis seres, em suas telas engaiolados
Não se ouvem canto nem movimento, já caçados
Capim, cabelos e pétalas pelo vento não balançados

O que te resta senão a imaginação e a grata intenção
Dos que, de tuas esculturas sepultadas, tentam extrair ação
Tu, Belas Artes, que deforma ou copia a forma para ser lida
Tu que fotografa o segundo e nisto homicida a vida

* Teatro *
Como executa a História nossa crua
Por esta forma o Homem, fruto desta, cria
Se há no quotidiano a realidade nua
A criatura, com gestos, retrata o dia-a-dia

Que há de puro nisso todavia
Se inupta da dança, não há expressão
Se inimiga do som, és incompreensão
Frequentemente pedir apelo à ousadia?

Se pede emprestado a palavra da Gramática
Se implora de agrado o ruído e a música
Se rouba o movimento da dança dramática
Não és arte sóbria, Cênes, eis bêbada e lúdica

O que há de genuinamente teu, secular perua?
O que, de instrumento próprio, utilizaste há mais de milênio?
Verdade – sabemos – a mímica ser coisa tua
Mas sabeis que não vives, oh, pobre deusa, só de silêncio

* Dança *
Como executa a mutação, em fases, da Lua
Por esta forma o Homem, fruto desta, cria
Se houvesse prova na essência atômica vibração sua
A criatura, resistindo à Gravidade, igual se moveria

Que há de puro nisto todavia
Se dança sem som é mímica
Se mover no Nada, anti-química
Destarte Dança, da música dá à luz a sua cria

O empréstimo do compasso resiste-lhe a existência
Se vacilar, és mero exercício, mera ginástica
Seria preciso o ritmo se extrair de sua essência
Para que tu te reveles autêntica, sem plástica

* Musa Triunfal *
Assim é com o cinema, a fotografia, a poesia
De toda cultura e imitação, a Musa tem sua melhor cria
A que não vive do resultado estático
Da movimentação movida de empréstimo
Ou do gesto que copia o ritmo alopático

Revela-se à vida a todo instante de forma dinâmica
Entrega-se sem perdas ao sentido alheio
Liberta e até aumenta qualquer elemento
Com a precisão de uma lâmina
Portanto não és fim, Musa, és meio

O mar tem espaço em tua matéria cheia
Os pássaros cantam, o capim se refresca
Nunca pede emprestado uma ferramenta alheia
E se renova nas cordas e sopros da orquestra

Sua veia é limpa, és forte como um corcel
Sua formosura está viva em cada instante de criação
Era nova e bela ainda enquanto papel
E mais atraente ainda tocada na sala em contemplação

És tu, Musa Triunfal, Sentido do ruído, sentido de minha vida.

 Poesia de Denison, escrita há quinze anos atrás.






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