Desde há muitíssimo tempo que é profundamente errado incutir em outrem convicções políticas ou religiosas. O período do humano naturalmente selvagem diluiu-se nas trevas da memória.
Há uma enorme legião de pais - e fazem-no persuadidos de que estão agindo bem - que terna e amorosamente incutem em seus filhos, habilmente obrigando-os e submetendo-os, as suas tradições e hábitos.
O ser menino, além do bem-humano que nada tem a ver com religião e política, não deve ser persuadido e empolgado a militar em princípios que o tempo logo adiante transforma em poderosos obstáculos.
Atenção mães e pais de 2005, façam quanto for possível para que vossos filhos abordem e experimentem por si mesmos o ácido da vida. Incutam-lhes, sim, a ternura, a singeleza, a humildade e a abnegação. Não por meras palavras, citações e instruções, mas sim e tão só com a pele do dia a dia e sobretudo através do silêncio harmonioso, ináudito e sublime, que tudo explica.
Frase áspera = Não façam de vossos filhos burros inteligentes!...
António Torre da Guia
O Lusineiro |