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Artigos-->Henfil, o irmão do irmão do Henfil -- 16/02/2004 - 09:27 (Carlos Luiz de Jesus Pompe) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O cartunista Henfil, autor da Graúna, Fradins, Ubaldo, o pananóico, e de outros personagens que fizeram a cabeça e a catarse de tantos lutadores pela liberdade durante a ditadura militar, talvez seja mais conhecido hoje devido à canção de Aldir Blanc e João Bosco, que se tornou o hino da anistia — anistia que permitiria (e permitiu) a volta do Betinho da campanha pela cidadania e "de tanta gente que partiu num rabo de foguete".



Dia 5 de fevereiro, Henfil, Henrique de Souza Filho, teria completado 60 anos. Morreu muito antes, em 4 de janeiro de 1988, vítima do inadequado tratamento de hemofilia, que o tornou, assim como a Betinho e a seu outro irmão, o músico Francisco, aidético.



Em 83, tive o privilégio de entrevistá-lo. Compartilho com os leitores trechos da entrevista, realizada em São Paulo e interrompida duas vezes: quando o carteiro entregou uma correspondência da Rede Globo, informando que estava abrindo mão dos direitos autorais da "marca" Henfil ("Uai, eu nem sabia que eles tinham se apropriado de meu nome", desabafou para mim e para o fotógrafo Luís Carlos Leite, que me acompanhava). A outra interrupção, bem mais agradável, foi de d. Maria, mãe de Henfil (que recebia suas cartas semanais na revista IstoÉ, comentando acontecimentos recentes), para nos oferecer um prosaico cafezinho mineiro. Mas vamos ao Henfil:



"Eu aprendi que política é qualquer relação entre dois seres humanos. Meu trabalho é de comunicação, então é político. E aquela pessoa que diz "eu sou apolítico" está fazendo uma das políticas mais hipócritas que o mundo já conheceu. A mim interessa uma mudança radical no mundo, nas relações entre os seres humanos. Não me interessa dinamizar o capitalismo. O capitalista é bastante competente. O que eu acho é que ele está errado. A sociedade produz coisas que não me interessam. Interessa-me uma outra coisa: a sociedade de cabeça para cima. O homem como meta, a felicidade como meta. Quero uma sociedade voltada para a conquista da felicidade. O que me interessa é o socialismo que pensa na felicidade".



Qual sua opinião sobre o trabalho com o humor?



"Em geral, o humorista quer, antes de tudo, um lugar ao sol — é considerado artista e quer brilhar. Todos nós queremos ser gostados. Em segundo lugar, ele quer ser o mais inteligente, com a visão mais profunda. Hoje o humor é tarefa exclusiva de profissionais. Isto é uma excrecência. O humor é um dos traços da personalidade humana. Para mim, o mundo ideal é aquele em que uma pessoa vai desenvolver, no mesmo dia, todos os seus potenciais. Vai nadar, pescar, pintar, dançar, costurar, fazer artesanato, humor, agricultura, dormir e fazer nada. Idéia minha? Não. De Marx. Quando eu li isso, virei marxista imediatamente. O caminho da felicidade é simples e gostoso. É o melhor que tem."

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