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cronicas-->29. PREPARANDO-SE PARA A LUTA -- 06/08/2001 - 07:21 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Muitos dos companheiros que trouxeram mensagens de amor e consolação, também tiveram o objetivo de sadia advertência, pois, tendo perlustrado os caminhos do mundo na fé espírita, mesmo assim não conseguiram safar-se do egoísmo avassalador que os levou transtornados por longo tempo, naquilo a que damos o nome de Umbral, seja da consciência, seja das regiões abissais, onde o sofrimento impera. Para cúmulo da desesperação, muitos encontraram nas trevas antigos companheiros de doutrina, perdidos nos matagais espessos do personalismo mais devastador.

Com medo de que tais palavras possam assustar os temerosos ou afastar destas leituras os que não passam de temerários, tivemos sempre o cuidado de demonstrar que outros colegas aqui chegaram sem grandes traumas, quanto à passagem para a espiritualidade, desembocando diretamente nos braços dos protetores, que os receberam jubilosos pelo sucesso da peregrinação. Quanto aos que são recepcionados com demonstrações de alegria e felicidade, nem sempre conduziram ações pelos ditames evangélicos, consoante a árdua aprendizagem nos estúdios escolares do Movimento Espírita, não sendo poucos os que desconheceram completamente até as pregações de Jesus.

É que fazer o bem não é privilégio das pessoas segundo os conhecimentos morais, mas sim das que se apaniguarem de sabedoria, ao se dedicarem, com verdadeiro amor e desprendimento, ao semelhante, por terem visto nele o alvo maior a que dirigirem a atenção. Não importa quem seja o próximo: o irmão, o cónjuge, o filho, os pais e demais parentela ou ainda o amigo do trabalho ou da rua, o vizinho, o desconhecido que sofre nos hospitais ou se desespera nos presídios.

Há dor e sofrimento? Pois que se comova o coração dos bons e dos justos, para o auxílio reverente ao irmão em Deus.

Não precisávamos prosseguir nesta peroração, pois o mais importante já expressamos. Entretanto, como não somos espírito de escol a oferecer as luzes do Senhor, é preciso que façamos referência às lutas que se travarão no orbe, seja na intimidade da mente, seja na exterioridade dos sentimentos, uma vez que é impossível executar extenso plano de ajuda fraterna, sem envolver outros seres que, talvez, não estejam preparados para a compreensão dos valores evangélicos.

A luta, então, se travará em diversas frentes, e será dirigida para as necessidades específicas de cada ser dependente. A uns, a explicação sucinta na reavaliação das diretrizes cármicas; a outros, a exemplificação diuturna e muda, a conduzir os raciocínios íntimos para a pureza das intenções e a ausência completa de hipocrisia. Há quem precise de comida e de agasalho, o que não quer dizer que não lhe falte carinho e afeto. A outros, carece oferecer as luzes do abecedário e o livro consolador. A todos, sem exceção, a palavra amiga, confortadora, a orientação segura, a esperança iluminada nos poderes divinos e a serenidade da atitude confiante de quem se entrega incondicionalmente às mãos do Pai.

Devo relatar que fui espírita, de quatro costados, mas que não me livrei de passar uns tempos na escuridão. Preparei-me eficazmente para a luta e denodei-me nos entreveros com os vícios e as negritudes do caráter. Mas fi-lo com o fito, afinal, de provocar a luz interior em mim mesmo, no medo quase doentio dos sofrimentos do Umbral, que conhecia em profundidade, dadas as informações constantes que colhia dos amigos que compareciam para as transmissões mediúnicas.

Sabedor das deficiências, quis superá-las, colocando em primeiro lugar a minha própria pessoa. Não que deixasse de fazer tudo ao alcance pelos que chamava de assistidos; mas a verdade é que jamais deixei de preocupar-me comigo mesmo.

Tal falha, contudo, não foi essencial. Se caí de bruço na lama infecta e nauseabunda do Hades, não me foi difícil reconhecer as razões que me fizeram debater-me em tais agonias. Pouco tempo, portanto, tive de amargar a dor do arrependimento oportuno, pois me restabeleci com a fé e a esperança de que me alimentei espiritualmente durante toda a vida.

Conhecido o desprazer a que o egoísmo pode conduzir, liberei as energias para a súplica consciente ao Criador, propondo-me ao auxílio ali mesmo aos irmãos mais carentes. Consegui, assim, isolar-me de mim mesmo - se é que não estou perpetrando nenhuma falha conceitual - e pude interessar-me, agora com real amor e dedicação, pelos que via caídos em estado de miserabilidade. Reuni forças para a refacção das diretrizes evangélicas que conhecera em vida e, por mais de três anos, fiquei à disposição das equipes socorristas, que se utilizavam de minha frequência de ondas para a aproximação àqueles que se constituíam no alvo das tarefas.

Naturalmente, me incorporei ao grupo e, quando menos esperava, já não sentia qualquer dor moral para permanecer na escuridão. Localizei diversos seres nas mesmas condições e, através deles, com a colaboração dos demais, comecei a exercer o doce ministério do socorrismo, naquelas difíceis condições de inferioridade.

Foi aí que recebi a visita dos orientadores para os esclarecimentos necessários a respeito de meu desenvolvimento espiritual. Acostumado ao trabalho penoso, insisti com eles em ficar por ali exercendo as funções de auxiliar dos grupos de resgate, por mais algum tempo. Não esperava lucrar nada de especial com isso, mas tinha a saudável ambição de absorver todos os conhecimentos concernentes àqueles quefazeres. Por lá fiquei por mais três ou quatro anos. A precisão do tempo deixou de ter importància e essa foi uma das principais virtudes que amealhei com o fatigante trabalho.

Hoje me esmero nesta página, crente de que mereci a grata responsabilidade de me dirigir aos espíritas convictos, na advertência capital da necessidade da preparação para a luta, como algo da mais absoluta naturalidade. Agir com amor, para o bem do próximo, deve ser tão fácil e simples como reconhecer que se é na vida, tão-só, mais um dos filhos de Deus.

Há percalços? Há dúvidas? Há mistérios? Que fora a vida se nela não houvera lágrimas?, já perguntava a personagem de Alexandre Herculano. Transformemos as lágrimas em desafios e a vida em fruto da razão e da emoção, no gozo supremo da verdade cristã. Haveremos de vencer!

Emílio.

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