Faço da matriz uma filial
para dividir o meu desejo carnal...
Uivo feito cão vadio
sou o pensamento lascivo
estou no cio
e minha poesia se faz cadela
quando se desnuda pelas ruas do pensar,
do saber,
do querer,
do coitar-se
nos encontramos em doces disputas
sensuais e sexuais
poesias e versos com dois, três ou mais
o instinto misturado de animais
Tenho também este pensar demente e libertino
a cada poema em desatino
e nos excitados tons que desafino
volto a sonhar feito menino.
O poeta ama suas crias
como animal as come
as devora
e não poderia ser diferente
são todas amantes
cuidamos de forma igualitária
filial e matriz
donzela e meretriz
a cada poesia, poema ou poemix
no amor platônico de mancebo
que na poesia perdeu o medo:
de ser feliz...
THA©KYN
12/03/2001
PLATÔNICA MANCEBA
Meu poema, em vão, sonhou
Alcançar teus olhos puros,
Fez-se rima, conjugou,
Transformou-se em absurdos.
Quis deitar-se no teu peito
[tola aprendiz de rameira]
Só entende de sonetos,
Tão platônica e brejeira!
Levou meus versos e trovas,
Minhas quadras e sextilhas,
Para ofertar-te ilusão.
Voltou com orquídeas e rosas,
Com a oitava maravilha -
Amancebou teu coração!
Com meu carinho,
Lílian Maial
|