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Cronicas-->30. BARULHO NO TELHADO -- 07/08/2001 - 06:55 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Grandes rumores atingiam o teto sob que nos abrigávamos no Umbral. O casebre era tosco, imitando as moradias das favelas de antigamente, quando as casas eram de madeira e o telhado de zinco.

Hoje, após percorrer as modernas condições dos morros, só encontramos um ou outro morador em estado de completa insuficiência material. Se quisermos topar com a miséria absoluta, devemos buscá-la à margem de certos riachos ou sob os viadutos e pontes das rodovias. Mesmo assim, o telhado não favorecerá o barulhão que sofríamos.

Pode parecer que estejamos querendo descontar os rumores absurdos que nos atormentaram boa parte da existência. Não é nada disso. É que temos para informar que encontramos o responsável por tais atos improcedentes e foi tanta a surpresa que quisemos vir a público para elucidar o caso.

Tratava-se, evidentemente, de ser muito atrasado, que desejava advertir-nos para os males que promoveria, se prosseguíssemos ignorando-o nas preces. Felizmente, após muito labutar, recebemos o aviso de quem se tratava e, a partir daí, começamos a nossa transformação, no sentido de procurar entendê-lo e ajudá-lo.

Foi assim que tivemos a oportunidade de dormir tranquilamente, embora, de quando em vez, ouvíssemos a algazarra, por termos esquecido de rogar pelo espírito que se ligara a nós desde outras encarnações.

Ao passarmos para o lado de cá, fomos encaminhados para a escuridão mais absoluta, por um tanto de maldades a que procedemos. Aí o antigo desafeto nos serviu de guia e nos dirigiu maravilhosamente, evitando inúmeros percalços existenciais, principalmente em relação aos inimigos que criamos, na última jornada.

No começo, não reconhecemos, naquele fantasma, algum ser bondoso ou alvissareiro, pois nos assustava constantemente com seus métodos ensurdecedores. Quando compreendemos de quem se tratava, pudemos estabelecer contacto e seu estado de melhores condições morais foi fator decisivo para rápido progresso na compreensão dos males que nos haviam conduzido àquele pavoroso lugar.

Muito nos congratulamos por termos tido a companhia, até certo ponto ofensiva, daquela entidade desequilibrada. Mas foi juntos que obtivemos o alvará para a saída do Umbral, permanecendo unidos mais ou menos em simbiose obsessiva por algum tempo.

No entanto, os guias estavam trabalhando por nós e nos impediram de volver ao plano da Terra, para prosseguirmos nas assombrações em que o amigo era craque.

Concorreu para a efetivação da proteção a lembrança dos familiares de vibrarem em meu nome, sem jamais se esquecerem daquele que lhes infundiu tanto pavor.

Como havia sido resguardado dos embates diretos contra os inimigos, pude furtar-me à deletéria influenciação, predispondo-me para a avaliação das melhores diretrizes a seguir, no sentido de me afastar da zona mais perigosa.

Filiei-me ao companheirismo socorrista de primeira linha e pude levar o irmão obsessor comigo, já que não quis separar-me da criatura que tanto bem me havia proporcionado, conquanto inconscientemente.

Um belo dia, eis-nos em grupos diferentes, prestando serviços sem dependência alguma. Estávamos salvos do pior.

Não preciso prosseguir narrando os acontecimentos que se desenrolaram desde que ingressamos na Escolinha de Evangelização. Hoje estou merecendo a honraria da transmissão de história verídica de atribulada existência. Não revelei os piores crimes, para não horrorizar os leitores, mas pretendi não passar-lhes a idéia de angelitude, para oferecer-lhes o essencial, ou seja, que Deus é pai de misericórdia e, deveras, escreve certo por linhas tortas.

Agradeço muitíssimo ao Professor Álvaro e aos colegas de grupo por me haverem proporcionado condições para esta comunicação, uma vez que me encontro necessitado de sedativos para poder equilibrar-me.

Otacílio.


Comentário

Cumprindo outra etapa da programação, trouxemos irmão ainda defasado em relação às virtudes evangélicas, mas fortemente conscientizado do atual estágio, para poder exercer relativa auto-análise, sem os horrores do remorso.

Não pretendemos pór em cheque as lições que os leitores forem capazes de extrair de semelhantes mensagens, mas não iremos retirar-nos, sem explicar que até os mais nefastos espíritos das trevas têm momentos de lucidez, através dos quais se exerce prontamente a justiça divina, pois é quando o fardo que carregam assumem o verdadeiro peso.

Fiquem tranquilos quanto a possíveis erros e viciações. Se bater o arrependimento, orem ao Senhor por esclarecimentos que a ajuda virá até de quem menos se espera. Depositar nas mãos do Pai o coração é sábio. Se acreditarmos em que o serviço amorável em prol dos infelizes for a complementação do amor universal que buscamos, podemos adquirir a certeza de que está próxima a salvação.

Não há, pois, temer a justiça de Deus, quando se trabalha contra as perversidades da alma.

Façamos por cumprir as leis evangélicas.

O grupo.

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