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Cronicas-->34. O PERDÃO DE DEUS -- 11/08/2001 - 08:08 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Aspirava, fortemente, que o Pai me perdoasse todas as falcatruas. Mas não o fazia senão com o coração impregnado de medo. Se fosse medir, em escala de zero a dez, o desempenho religioso, acho que o valor a ser atribuído aos sentimentos de que me deixava tomar não ultrapassaria o segundo nível.

Como fui criatura saudável e inteligente, a sensibilidade era constantemente questionada, momento em que dava curso às lamentações do arrependimento. Entretanto, remorso mesmo só vim a conhecer muito depois de perambular inerme pelas cavernas tenebrosas do Umbral.

Ainda me enchem os olhos de lágrimas, por não ter reconhecido eficazmente os pensamentos ruins que me levaram a esquecer as boas intenções das horas de exame de consciência. Se tivesse coragem, diria que me fantasiava perante o Pai, pois tudo o que deveras realizava no campo dos relacionamentos era o oposto do que pretendia como filho de Deus, de joelhos perante o altar.

Os ares de constrangimento com que cercava as preces faziam de mim, na comunidade, um dos mais sérios candidatos à santidade. No entanto, nos àmbitos familiar e profissional, era profundamente odiado, mas não aparentemente, porque a prepotência que aplicava junto aos demais era forte o suficiente para fazer calar alguma palavra de advertência amigável que se pudesse ter a intenção de transmitir.

Fui levando a vida dessa forma dualística, cada vez mais cónscio das imperfeições, como também da necessidade do perdão de Deus.

Não pretendo esmiuçar a óbvia incapacidade de ser honesto, pois deve ter ficado bem claro que não tive a intenção de emendar-me. Ao contrário, quanto mais me dedicava à compreensão das chamadas leis de Deus e da Igreja, mais me chafurdava no lodaçal do egoísmo, pois o que pretendia era justificar cada pequeno ato de maldade.

Não sei se há algum leitor que tenha esse grave defeito. Mas, como me foi atribuída a mensagem de hoje, não poderia deixar de relatar o que se passou comigo, já que não tenho a pretensão de iludir ninguém, tanto a escuridão e o sofrimento do catre em que amarguei as dolorosas reflexões a respeito das péssimas disposições morais me influenciou.

Transformo, portanto, a comunicação em algo valioso, no sentido de estimular a esperança de todos em alcançar relativa felicidade, uma vez que o sofrimento não é eterno. É assim que se registra nos códices da legislação do Senhor, onde o perdão se inscreve em artigo sucedàneo ao que estabelece que a cada um segundo as obras.

Sou apagado colaborador desta turma, onde exerço o honroso papel de coadjuvante, nos transportes mais penosos daqueles seres que vamos buscar nas amarguradas regiões abissais. Sofro muito com a dor alheia, pois sou incapaz de olvidar os meus deslizes e impropriedades de julgamento.

Os amigos pedem-me para deixar espaço para algum comentário a respeito da atuação junto aos companheiros, pois desejam que diga que sou considerado muito importante, como alguém que superou deficiências muito acentuadas.

Acredito que, para afirmar semelhante fato, terei de referir-me a atos de vandalismo que pratiquei, principalmente no campo da justiça que deveria distribuir. Por outro lado, há cenas de sangue que não gostaria de consignar, pois não estou preparado para equilibrar-me perante tais recordações.

Sendo assim, que se assinale que os bons camaradas, sempre que precisam de exemplo de esforço e de dedicação, recorrem à minha pessoa, já que me considero tão devedor que até chego a estimar, se não for isto falta de caridade, as oportunidades de consolação.

Queria escrever na primeira pessoa do plural, mas fui incapaz de livrar-me do desejo de deixar patenteado o egoísmo.

Que Deus continue perdoando-me, enviando-me notícias de que o desempenho junto ao médium não foi de todo inútil.

Revoredo.


Observação

As páginas que se leram não devem ser levadas à conta de ficção. São a exata expressão da verdade psíquica do aluninho. Se têm aparências de falsidade, se cheiram a hipocrisia, isto se deve à transformação que se opera na capacidade de adaptação do querido amigo às novas noções que tem de assimilar, conforme assinalou. Não quisemos desperdiçar a oportunidade da lição, embora corrêssemos o risco de embaraçar-nos nas explicações.

O confrade, conquanto lograsse êxito na imantação e na transmissão, deixou muito a desejar na concatenação das idéias, de molde a formar harmonioso conjunto, composição redacional de agrado para o encarnado habituado às frases melhor encadeadas, segundo argumentação fundamentada silogisticamente.

É preciso compreender que, no etéreo, nem tudo é equilíbrio de forma, nem há labores de conteúdo que justifiquem a transmissão das peças. Entretanto, como estamos em fase de crescimento, em ponto evolutivo muito próximo daquele que o comum dos mortais terá de passar, atrevemo-nos a trazer informações imperfeitas e nem sempre objetivas.

Que os mais críticos nos perdoem os atrevimentos. Enquanto tivermos possibilidade de comentar ou observar, iremos fazê-lo, no interesse de tornar tudo o mais claro possível.

Finalmente, caso haja alguém que pretenda ir um pouco mais longe nos conhecimentos temáticos dos textos, pode invocar-nos em sua intimidade. Em havendo condições propícias, estabeleceremos o diálogo ao nível da mente, para a discussão dos quesitos propostos.

Álvaro.

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