Há muito eu venho discutindo as questões sobre participação e envolvimento dos jovens em questões políticas, sociais e culturais. Após raciocinar um pouco mais, percebi que grande parte da causa por não termos mais uma juventude comprometida é o ensino que ela recebe nas escolas, em especial as públicas, das quais quero me referir hoje.
Eu sou profundamente grato aos meus pais pela oportunidade e pelo sacrifício que eles tiveram que fazer para deixar eu estudar numa das melhores escolas aqui da cidade, particular. O Colégio Madre Bárbara é uma instituição forte, que ensina desde o princípio da vida do aluno valores como ética, compromisso e responsabilidade com o próximo. Graças a esses ensinamentos eu pude aprimorar o que de melhor há em mim. Infelizmente, esse tipo de ensino não é oferecido para pessoas de baixa renda, que precisam estudar nas nossas escolas públicas municipais e estaduais. É neste ponto que o Brasil peca muito, já que é este o ponto de partida para as tantas desigualdades. Diga-me como um aluno formado num Ensino Médio fraquíssimo vai conseguir competir num vestibular com pessoas que saem de boas escolas, que possuem uma base já pronta para encarar os próximos desafios???
Tudo isso é uma questão muito difícil de discutir, já que de todos os lados vemos problemas, e problemas difíceis de serem resolvidos em curto prazo. Em primeiro lugar vemos os Professores, que perdem o estímulo de ensinar com os baixíssimos salários que recebem. Em seguida vem o aluno, que vê em sua família uma estrutura muito fraca, que não exige dele um aperfeiçoamento cultural, e sim uma posição frente à crítica situação vivida. Já o terceiro lugar é ocupado pelo nosso querido Governo, que não possui, ou não quer possuir, a capacidade de enxergar que é com educação em longo prazo que vamos resolver a maioria dos nossos problemas. Cortam o dinheiro da educação para corrigir erros em outros setores, e acabam não percebendo que com isso só estão atrasando ainda mais a vida do nosso país, criando com isso marginais e traficantes nas nossas ruas.
Toda esta situação ainda está longe de ter um fim. Às vezes penso que para os políticos não vale a pena educar as pessoas, porque com isso eles não terão mais os votos fáceis que sempre tiveram e terão a partir daí que realmente fazer alguma coisa com o mandato que conseguiram. Mas tudo isso é muito utópico. Cabe ao Governo de cada gestão dar o devido incentivo necessário para que as conquistas anteriores tenham continuidade. Não é com um Projeto Assistencialista que teremos uma educação melhor. Aplique esse dinheiro nos professores, e conscientize os pais e alunos que estudar é preciso. Assim, quem sabe daqui a trinta anos, nós teremos um povo mais conscientizado, participando ativamente das decisões a serem tomadas.
