O mundo é esse calor que sinto
Esse suor que pinga,
É esse turbilhão de gente atarefada
Que nem pisca...
É esse desregrado medo de morrer,
Essa incontrolável busca de prazer,
Essa ciranda de idas e vindas
(idas remotas, vindas frustradas)
Ah! O mundo é tudo de fantástico,
De fanático!
São estações corriqueiras
(de tempos, de espiritualidade)
É prazer, agonia,
Dor, satisfação,
É tudo que tem de concreto, de similar,
De oposto,
É tudo que temos de unido, de separado...
O mundo é tanto essa eterna sensação de completo
Quanto essa eterna sensação de vazio,
São os nomes, as aparências, as homenagens...
São muros que se constróem, muros que se desfazem,
São passos de decisões, beijos e abraços,
Agressões e carícias, horas de descanso.
O mundo é um segundo,
É o eterno,
É o cabível,
O inconcebível,
O inconstante...
É em suma o mistério supremo do transcendental,
A certeza inútil do amor.
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