Também sou assim
Se dependesse de mim,
Eu acabava com essa putaria de cigarro.
Fala sério...
Que sensual é ter a porra dum câncer de pulmão.
Acredite em mim,
Eu sei do que eu stou falando.
Cerveja...
Péssimo sabor, grande comerciais.
Estou preso àquelas deliciosas
Mulheres...
Sereias...
Comerciais criativos...
Cerveja!
Vêem a piedade que guardo às piadas?
Ai, ainda mato um publicitário...
Gárrulo
Caros colegas,
Poetas, poetisas, poetastros, poe-piegas...
Vôo.
Pouso num galho arborícula.
Fico de longe, olhando seus ninhos,
Vejo-os alimentando seu poemas recém-nascidos.
Sou miúdo.
Não me notam o marrom tirante ao vermelho sarapintado de azul, preto e branco
que consta na minha designação
facilmente encontrada no Aurélio.
Gárrulo.
Belicoso.
Onívoro.
Cauda longa prum corvídeo.
Que me importa isso?
Ocupado me encontro
Praticando a antropofagia incestuosa
De irmão que come irmão,
Devoro seus vossos poemas.
Acertei-os com palavras duras.
Meio vivos, meios-termos.
Mastigo suas palavras
Tão mal-empregadas.
Mais que crítico,
Sou um gárrulo.
Menos errante do que um erro. |