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Cronicas-->38. A BOLA -- 15/08/2001 - 07:27 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Simples bola de futebol era tudo o que pretendia na vida. Mestre da pelota, desejava demonstrar o máximo das habilidades perante os estádios lotados.

Mas parti cedo da Terra, tendo chegado bastante imaturo do lado de cá. Porque houvesse mentalizado como de extraordinária importància o ato desportivo, assim que cheguei, vi praticamente formar-se à minha frente a querida esfera de couro.

Não atinei desde logo onde me encontrava, mas não me foi difícil localizar gramado muito verde, onde me aguardavam companheiros devidamente uniformizados. Estranhamente, o enorme estádio estava às moscas, havendo poucas pessoas presentes, mas desinteressadas pelo espetáculo que se iria desenrolar.

Logo separamos os adversários e, cada qual com sua bola se pós a furiosamente praticar todos os trejeitos característicos do esporte. Quando desejávamos passar a bola, imediatamente a recebíamos de volta, como se cada qual se contentasse com o próprio desempenho, alheio ao conjunto do grupo.

No início, o que desejava era marcar gol. Assim, sempre me via diante da meta, colocando a bola no fundo das redes. O goleiro adversário pegava a própria bola e a chutava para longe da área, sem jamais caracterizar o tento.

Durante longo tempo, fiquei jogando assim à toa, contente comigo mesmo, pois realizava ali todas as jogadas com que sonhara. O estádio vazio, surpreendentemente, aplaudia-me o sucesso das investidas e jamais perdi um único lance.

Um dia, reclamei do juiz o fato de o goleiro jamais ter admitido que a bola tivesse ultrapassado os limites das traves, convertendo o meu sucesso em derrota para si. Surpresa imediata: não havia juiz em campo. Entretanto, pela insistência com que clamei pela presença de um árbitro, apareceu indivíduo envergando trajo inadequado para o ato desportivo que ali se consumava. Fingiu ouvir-me a reclamação e pós-se a caminho do que denominou de Tribunal de Justiça Desportiva. Eu insisti em chamar a entidade de Tapetão e ele não me contestou.

Diante do grupo reunido, fui autorizado a manifestar o desagrado pelo que vinha ocorrendo no campo de partida, pois as regras estabelecidas não se cumpriam, definitivamente.

Não preciso dizer que eu ali era o fantasma da pessoa que fora na Terra. Aos poucos, através das evidências que se retratavam em feérica tela de cinema à minha frente, fui sendo informado de que a vida havia ficado para trás.

De início, quis protestar, mas, como houvera saciado a vontade de jogar até o ponto em que comecei as exigências, precisei calar-me, já que as oportunidades me foram proporcionadas na justa medida das rogativas corpóreas.

Hoje, meditando a respeito do grupo de jovens que se reúnem para o futebol espiritual, fico absolutamente boquiaberto com a eficácia da divina justiça, que age de acordo com as obras e ainda proporciona meios de os indivíduos capacitarem-se para o próprio julgamento.

Não havia sido mau na vida. Improdutivo, inconsequente e irresponsável, sim. Por isso, não tive de muito penar naquelas condições em que os dramas dos meus sucessos se contrabalançavam com os dos adversários de fardamento, o que me irritava desproporcionalmente. Esse foi o meu castigo.

Agradeço muito ao Senhor por ter sido reconhecida a brevidade do tempo no corpo, a ponto de não me serem cobrados os juros dos bens que usufruí, sem ter produzido os frutos que me haviam sido encomendados.

Posso, ainda, dizer que tudo o mais que fizera de mau anteriormente queda adormecido, na expectativa de novas oportunidades de resgate.

Eis que pretendo preparar-me para o reingresso na matéria, desejando ardentemente retornar na qualidade de futebolista, para, mais experiente, poder superar aquele mundo de fantasias, já que todo desportista, a partir de certa idade, vive das lembranças das conquistas.

É esse o ponto crucial da vitória sobre o destino, na conjugação de todos os esforços em torno dos ideais evangélicos e da compreensão da vida como passagem obrigatória para estações evolutivas mais adiantadas.

Não recuperei totalmente o domínio da expressão, mantendo o grau vibratório em nível muito próximo da realização intelecto-emotiva do encarne. Os estudos, porém, têm-me permitido, rapidamente, assenhorear-me de outros conceitos, conforme se pode notar na presente composição.

Queira Deus, todos os leitores tenham a mesma felicidade que estou tendo de se examinarem à luz da verdade cristã!

Perdoem-me a fragilidade do texto e exercitem-se bastante para, ao adentrarem o campo do etéreo, de cara, chutarem para longe as bolas da ilusão carnal.

Carlos.

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