SEU CORPO NU...
Por que me surge assim, de repente,
Seu corpo nu
Vestido de beatífica beleza?
Como que saindo de uma concha do mar,
Ou de uma toalha de banho,
Traz ainda sobre a pele macia
Umas gotas como de orvalho,
Enfeitando-o brilhantes pedras raras.
E, ao se encaminhar para mim,
Traz nos olhos uma chama de desejo,
Que arde, e bilha e clareia
O dia que já se fez noite
Ao penetrar o silêncio da natureza.
O movimento de suas pernas e braços
Hipnotiza meu sedento coração.
Nossos olhos se falam,
Amigos distantes que enfim se encontram,
Falam de promessas de prazeres suaves,
Desejos intensos, orgasmos febris,
Falam do fim de uma solidão,
De mãos se tocando em etéreo balé,
Pernas se enroscando em sensual dueto,
De procura desesperada de bocas
E de sexos que se encontram,
Que se abrem, que se penetram,
Que se doam e se tomam,
Que se deliciam no gozo duplicado,
Que se comem e se satisfazem
E que juntos repousam inebriados
Na promessa de renovados prazeres.
BSB27052002
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