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Infanto_Juvenil-->Ah! Essa reforma ortográfica... -- 04/01/2009 - 16:42 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
AH! ESSA REFORMA ORTOGRÁFICA...


Eu ria da minha mãe... Ela escrevia umas coisas engraçadas, por exemplo – assúcar - assim com dois ésses. E outras palavras “erradas”, que não me lembro agora. Nós achávamos esquisito, não se tratava de analfabetismo. Ela era estudada, culta, lia muito. Conhecia outras línguas, alemão e francês, além do inglês que sabia perfeitamente, não só falar como escrever.

Ela explicava que o problema todo estava numa tal reforma ortográfica, ocorrida quando já era adulta. Além de ésses que passaram a c cedilha e agás que desapareceram, o pior tinha sido trocar phs por éfes. Nós ríamos, imaginando como seria complicado escrever telephone, pharmacia, theatro... Quando fomos alfabetizados, não tinha mais nada disso. Só o trema, naqueles anos cinqüenta.

Aprendi a acentuar direitinho as palavras: êle,dêle,almôço,ôlho... Essas tinham acento diferencial, para não confundirmos o pronome êle com a letra L, o almôço com eu almoço, e assim por diante... Complicado mesmo era compreender que precisávamos acentuar “nêle” (contração de “em” mais “êle”) por causa de um tipo de arroz existente na Índia, o qual nunca tínhamos visto e provavelmente nunca veríamos.

Um belo dia, também nós fomos atingidos por uma reforma que,felizmente, nos livrou desses acentos. Por essa época, quando surgiram as primeiras lentes de contacto, ainda escrevíamos (e falávamos) tacto,cujo c foi derrubado. Confesso que demorei a me familiarizar com a nova grafia: tato e contato.

Agora, que já passei da aurora da minha vida, outra reforma foi decretada. Essa que veio pegar todo mundo pelos pés, digo, hífens. O que era com tracinho não é mais, o que não era vem a ser.Alguns acentos aos quais estávamos habituados desaparecem.

O super-homem continua com seus poderes, mas se quisermos pôr a geleia no micro-ondas, temos que pensar...

E será que de tanto pensar ficarei paranoica? Ou se não quiser pensar, me transformarei em semianalfabeta?...



Beatriz Cruz
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