Eu não contei as margaridas !
Fui passando de mansinho,
sem notar que teu caminho,
tinha portas e janelas,
que tinham as bordas coloridas,
e tuas faces no dormente,
as deixavam inda mais belas.
Num esgar de atrevido,
ao passar pelo corredor,
vi a ti e aos teus encantos,
as madeixas de morenos cachos,
tendo ao fundo da janela,
a paisagem de imenso e lindo jardim,
viva inspiração de um pintor.
Contigo ali,
emoldurada pela janela,
querias que contasse as margaridas,
as brancas quantas fossem,
e também as amarelas ?
Oh ! Menina de cachos morenos,
quero mais, é vero,
que estejas minha musa,
na moldura dos meus sonhos,
tão colorida quanto as aquarelas.
Querias que contasse as margaridas,
as margaridas ao fundo da janela,
se tens tu a formosura,
que ofusca milhares delas ?
Eu não contei as margaridas ! ........
AdeGa/96
|