Nossos avós já diziam que o que está na nossa cabeça não ocupa espaço, nem os ladrões carregam.
Na sua sabedoria, eles queriam nos passar o conceito da importância do conhecimento.
O conhecimento acumulado sempre foi um valor inestimável para humanidade, mais importante do que a riqueza material, que pode esvair-se e que sofre com os vai-vem da roda da fortuna.
Daí a importância ainda maior que se dá, no mundo de hoje, ao processo de educação continuada, oriundo do fato de que os avanços tecnológicos se processam, na era de Aquário, no Século XXI, com incrível rapidez, além das continuadas mudanças de paradigmas. É para poder superar as mudanças de paradigmas, que hoje as pessoas não podem parar de estudar, nem de se aperfeiçoar, nem de estar atentos as mudanças e novidades.
Paradigma?!? Que bicho é esse?
Paradigma é uma verdade estabelecida a respeito de um determinado fato ou setor do conhecimento e da tecnologia.
Por exemplo, os suiços tiveram como certo, durante muitos anos, muitas gerações, que uma das vocações principais de sua indústria era produzir relógios com mecanismos de funcionamento mecânico e mostradores analógicos (ponteiros). Em consequência, várias gerações de empresários suiços construíram fortunas e milhares de técnicos e operários daquele País garantiram seu sustento e o de suas famílias. Eles se consideravam e era os melhores do mundo nisso.
Um dia, numa das mais importantes empresas fabricantes de relógio da Suiça, um técnico surgiu com um projeto novo. Que tal produzir relógios baseados nas novas tecnologias, que fossem movidos a pequenas baterias elétricas e que, ao invés de mostradores analógicos, tivessem mostradores que informassem, diretamente, a seus donos, as horas, através de mostradores digitais?
A nova idéia colocava por terra toda a estrutura existente no País e era totalmente inovadora. Ela fazia as pessoas, os suíços pelo menos, saírem completamente do “quadrado” e pensar uma nova maneira de marcar o tempo, de relacionar-se com ele. Não se pensa, ao ver o mostrador do relógio digital, na relatividade do horário. Não se olham as 12 horas do meio-dia ou as 24 horas do dia completo. Pensa-se e vê-se simplesmente a hora absoluta: os números mostram claramente que são tantas horas e tantos minutos e só. Por isso, o relógio digital é mais prático de se consultar.
Mas, todos os empresários presentes nesse encontro rejeitaram o novo projeto.
Os japoneses aceitaram o novo paradigma e passaram a ser os novos reis dos relógios no mundo. Milhares de suiços ficaram desempregados, muitas empresas foram à falência na Suiça, tudo isso porque haviam se recusado a mudar de paradigma. Mais tarde, correram atrás e conseguiram diminuir os efeitos da rigidez de suas idéias, mas os japoneses já andavam muito na frente.
São muitos os exemplos de que, quando surge um novo paradigma, é difícil aceitá-lo se não estivermos preparados. E uma maneira de manter a mente inovadora é não deixar a escola, o aprendizado, os cursos de aperfeiçoamento, a vida toda. Estar aberto a aprender sempre, a inovar, a considerar como possíveis novas maneiras de se fazer o mesmo trabalho, repensar um produto, aperfeiçoar um serviço.
Nunca olhe para um cenário no seu trabalho, ou para um serviço que você presta como definitivamente acabado e aperfeiçoado. Sempre se pode melhorar, sempre se pode aperfeiçoar, sempre se pode criar uma nova maneira mais eficaz e eficiente de atingir o êxito numa determinada tarefa, qualquer que ela seja.
Mas, para isso você tem que estar atualizado. Fique esperto! Pergunte se não existe uma maneira nova, completamente diferente, de fazer o que você faz hoje, muito mais econômica, eficiente e eficaz.
Se descobrir e funcionar, você achou um novo paradigma capaz de mudar o mundo para você e em seu redor.
Mário Galvão é jornalista e profissional de RP
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