Usina de Letras
Usina de Letras
145 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62178 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50582)

Humor (20028)

Infantil (5425)

Infanto Juvenil (4757)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6183)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Infanto_Juvenil-->Sapatinho de homem -- 08/01/2009 - 18:29 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SAPATINHO DE HOMEM



Quando meu filho estava por volta dos seus três anos, o ortopedista recomendou que eu não o fizesse usar tênis, como já começava a ditar a moda. Eles eram engraçadinhos, pintados com bichinhos, tinham cordões coloridos, solas incrementadas... e até exalavam perfume de chiclete! Tudo para deixar as crianças enlouquecidas.

Manu não tinha problema de pé torto ou chato, não havia necessidade das tais botas ortopédicas. Era só uma questão de prevenção. Por essa época, casualmente, ele já usava umas botinhas de couro com elástico nas laterais, ou sandália nos dias de calor. Mas ficava sempre de olho nos tênis dos coleguinhas, que admirava e invejava...

Eu, no firme propósito de seguir a recomendação do médico, não me deixei cair em tentação. Fui à luta examinar o que havia e, um dia, encontrei o sapatinho certo: exata miniatura do masculino. De couro macio, sola de borracha, amarrado com cordão. Uma belezinha.

Todas as mães gostavam, faziam elogios, mas não tinham coragem de privar seus garotinhos do sonho de consumo infantil. Manu corria pra lá e pra cá com seu US TOP. Jogava futebol, andava de bicicleta, rolava na terra - estraçalhava o coitadinho. À noite eu lhe dava uma boa engraxada, bela escovada e ele voltava a brilhar. E a sola nem chegava a desgastar.

Contente com a aquisição, comprei logo outro par e guardei escondidinho, para os dias de festa. Mas demorou um pouco para acontecer a ocasião. Quando ela chegou, aprontei o filhote, penteei-lhe os cabelos e fui buscar o lindo sapatinho. Abri o armário, puxei a caixa e... o que havia lá dentro?... Só um pé! Vasculhei todo o quarto do menino e nada de encontrar aquele que lhe fazia par! Manu ria, ria, sem entender por que eu tanto esbravejava e vociferava.

Não achei. Certamente meu filho, num dia de folia, o fez voar pela janela, como costumava acontecer com carrinhos, chaves, moedas, lá do quinto andar...



Beatriz Cruz



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui