Tens guardado na boca,
um beijo tão quente,
na mesma dimensão do calor,
que em teu corpo viaja latente.
Assim denuncia também,
este róseo em tuas faces,
o róseo senão mais,
um rubor incandescente.
Guardas bem no íntimo,
no profundo das entranhas,
deste teu ávido coração,
o ruidoso vibrar das emoções.
Descontrolado e palpitante,
o exibes ao meu pasmo olhar,
qual fosse inédita flor,
a colorir todos os rincões.
Quando em mim tocas,
com a suavidade da pluma,
posso sentir de tuas mãos,
o sussurrar dos pensamentos.
E tua pele a me roçar,
transporta a mim em delírio,
como se uníssemos em transe,
pelas trilhas dos sentimentos.
Este latejar indolente,
que até teus passos flamejam,
me toma do siso a clareza,
aproximando-me da loucura.
E minha debilidade se aflora,
que se me faço esgueirar,
como se caminhar pela sombra,
dissipasse aos outros a censura.
Envolver-nos em paixão e conceder,
que esta minha derradeira lucidez,
cale teus lábios e neles queime,
o único beijo que me fará reviver.
AdeGa-jan/2002
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