Mas você não é a minha Nicole,
que eu torturava esbravejando,
que gritava tomando chuva,
usando minhas roupas.; que enormes . . . .
que de engraçadas que lhe ficavam,
era como se lhe servissem, . . . qual luvas.
Aquela que fingiu ir trabalhar,
maldita . . ., fêz tudo direitinho,
que até pude, que bôbo !, me enganar,
enquanto o labor que lhe ocupou,
foi plantar por todo meu quintal,
muitas plantas perfumosas.; . . . de agradar.
Numa tarde, dançando músicas de fole,
rindo muito, eu ria também, e sabia,
que o mundo ali sorria, negligente . . .
e o tempo parado, brindava de um gole,
festejava tudo a nossa volta,
porque era você quem dançava, minha Nicole.
Agora, já não sinto calafrios absurdos,
o que há de importar, no infortúnio,
se aprendo nas escusas, confusas,
afinal, envio-lhe bilhetes curtos,
da sala para o quarto, malcriados e rudes,
com linhas reticentes e frases obtusas.
Por quê não me permite tocar-lhe,
se preciso saber . . ., saber da sua pele . . .,
serão dela as frases mais lindas (?), revele.
Será que partiu para sempre (?), confesse,
ou será que depois da minha cegueira,
tem receio de que sozinho não me zele.
Quem me dirá se não é você uma outra,
que na verdade, ela se foi . . ., será ?
o seu cheiro, as roupas no armário,
confiro tudo quando você não está.
Sinto-me perdido e você, é má.
Não é direito, seu silêncio, meu calvário.
Proponho trégua para sua revolta,
se pelos cantos se esconde, chorando,
vamos nos amar muitas horas, todas . . .,
reconstituir alegrias, suas euforias,
você me permitindo em sua vida, inteira,
e suas mãos me conduzindo, pelo mundo.
Ou será mesmo, meu Deus,
que você não é a minha Nicole ?
AdeGa/96
|
