ÍNTIMA BATALHA
O que começo a sentir? Enfim – se é que sinto!
Não sei mais o que sinto, sim, não vou mentir...
Não há mentira – ou há – mas agora já não minto:
Ao sentir tudo o que temos, tremo: temo ser lindo!
Teu vulto é só um nome, só papel e um rabisco
Cisco úmido no olhar, luar, loucura e fome...
Risco o céu com os teus olhos, beijo verbo e pronome
Pronuncio o proibido: o desejo, o doce perigo!
O que começo a sentir? Essa insana tempestade!
Vontade louca de ter, e te sonhar felicidades
sob raios de prazer, vendaval nu de paixão!
O que começo a temer – minha íntima angústia
é que perco minha guerra quando venço qualquer luta
não rendendo a ti meu ser, meu crer... Meu coração.
|
