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Artigos-->O destino de Jó no divã -- 19/03/2004 - 12:14 (luciah Rodriguez barros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O destino de Jó no divã





“ Onde encontrar um sábio, um culto ou um estudioso deste mundo ? Por ventura Deus não demonstrou que a sabedoria deste mundo é loucura ? Vede, quando Deus mostrou sua Sabedoria, o mundo não reconheceu Deus através dela. Assim achou Deus por bem salvar os que crêem Nele por meio da loucura que pregamos”, escreveu Paulo em sua epístola ( 1.Cor.1,20,21 ).

A Bíblia é uma coleção de livros escritos sob inspiração divina. Trata-se de uma obra singular por que tem Deus como seu autor inspirador. O Papa Bento XV, assim referiu a ela:

“ não se pode encontrar melhor livro de leitura espiritual para o indivíduo que as Sagradas Escrituras “. Pio X teceu comentários sobre a leitura da Bíblia nestes termos: “ nada nos seria mais gratificante do que vermos nossos amados filhos formarem o hábito de ler os Evangelhos. Não somente de tempos em tempos sobretudo cotidianamente”.

Para melhor compreende-la convém não esquecer que Deus ao inspirá-la procurou adaptá-la à linguagem humana onde o homem é o seu verdadeiro estilo. Cada ser humano ao exprimir sua obra deixa marca da sua personalidade. Na Bíblia a expressão humana se manifesta através de diversos gêneros literários, como o conto, a prosa, a fábula, a história, o profetismo, o jurídico, o epistolar e o didático. São gêneros literários típicos que exercem enorme esforço para compreensão por parte do leitor. Entre os poéticos mais usado é o lírico, que tem como destaque principal os Salmos de Davi. Os didáticos destacam-se nos livros de Provérbios e Sabedoria de Salomão, neles encontram-se as máximas dos ensinamentos divinos para a humanidade. O livro de Jó é um dos mais atrativos devido aos seus belos poemas, onde apresenta o drama vivido por um homem justo. Ele proclama a sua inocência e em vão busca uma explicação para uma vida de sofrimento.

Três amigos encarregam-se de levar ajuda através de conselhos úteis. Eliú, aparece valendo-se da terapia da pedagogia d sofrimento. Garante este terapeuta da Bíblia, que a queixa do amigo Jô, seu paciente de análise, está relacionada com a forma de comportamento do passado.

“ Escuta me um pouco, tenho que falar em defesa de Deus”. E prossegue dizendo que Deus é justo, não se engana facilmente e nem se deixa ser ludibriado por ninguém. “ Acaso pode ser curado aquele que não ama a justiça ? E como condena afoitamente aquele que é a própria justiça ? E sendo ele justo castiga o pecado e premia a virtude pois ambas tocam o próximo. A Sabedoria divina utiliza-se da dor para purificação do homem, como eficaz medicamento contra o orgulho”.

Jó faz uma espécie de “confissão negativa” das faltas não cometidas, provando que era um homem virtuoso. Entretanto, Eliú acreditava na justiça de Jó, mas percebia nele algo consciente maquiado na forma de orgulho – o seu pecado raiz.

Jó continuava lamentando-se, falava das suas lembranças e do seu passado. Discorria sobre sua antiga felicidade, sua desgraça atual e sua inocência contida . Em meio às lágrimas ele entra num processo de catarse dando elementos aos seus conselheiros, seus amigos.

Surge então, um outro com o nome de Sofar, que iniciou o seu discurso em forma de poema à Sabedoria divina. Louvores a Deus, revelando ao seu paciente que o espírito humano pode até operar maravilhas com suas obras, mas nelas não contêm verdadeiramente a essência do Divino, porque, Ela, provém de Deus!

Chega então a vez de Elifaz, o mais velho dos amigos e começa a sua narrativa enumerando as faltas que Jó poderia ter cometido para ter sofrido tal correção. E assim interroga Elifaz: “ Negaste água ao fatigado, tiraste o pão do faminto...

“_ Despediste as viúvas sem socorro e os braços dos órfãos quebrantastes. Por isso, estás cercado de laços e um repentino temor de turbas”.

Enquanto isso um quarto amigo chamado Bildad faz um discurso breve expondo suas idéias: “Interroga as gerações passadas, examine com cuidado a experiência dos antepassados; nossos dias sobre a terra passam como a sombra . A Deus o poder e a majestade na sua alta morada é que faz reinar a paz”.

Finalmente a problemática foi exposta e analisada de todos os enfoques pelos quatro amigos que se utilizaram de medicamentos distintos. Não chegando a uma resposta unânime, mas perceberam que não cabia ao homem Jó querer entender os transtornos em sua vida.Porque com a sua natureza humana não conseguiria compreender o agir do espírito Criador.

“O homem espiritual pode fazer qualquer julgamento ao passo que ninguém será capaz de julgá-lo. “

Elifaz dirigiu-se a Jó dessa forma: “ Por que se incha o teu espírito contra Deus para proferires por tua boca tão estranhos discursos? Que é homem ´para ser imaculado e para parecer justo tendo nascido de um ser humano um ser carnal?Olha como entre os seus, mesmos os santos, nenhum há imutável e como nem os céus são puros na sua presença!”

Depois de ter ouvido os discursos dos amigos Deus intervem e fala ao sofredor Jó no meio de um redemoinho:

“ – Quem é este, que mistura sentenças com discursos ignorantes? Cinge os teus lombos como homem, perguntar-te-ei e responde-me. Onde estavas, quando Eu lançava os fundamentos da terra ? “

E foi enumerando todas as belezas do universo. Jó se humilhou a Deus e não teve resposta para as questões apresentadas pelo Criador.

Com isso admitiu mais uma vez que não caberia a ele tentar desvendar os mistérios divinos. Não procurou respostas para suas dores , mas procurou forças para continuar e assim foram restabelecidas suas energias de fracasso. Curou-se dos males físico, mental, espiritual, psicológico reestruturando sua vida material ainda mais que antes.

Com isso concluí-se que o livro de Jó uma composição literária de autor desconhecido, datado do século V a.C apresenta-se como uma obra de auto- análise para o homem que queira de forma simples elaborar princípios básico para à sua vida.. Seus três e depois mais um quarto amigo, chamado Bildad, se aliaram na elaboração de seu processo terapêutico contavam com a mensagem do entendimento de Deus que existe dentro de cada pessoa que busca estabelecer o equilíbrio mesmo em momento de dificuldade.



Luciah Rodriguez Barros

Pós-graduada em Geociências, Educadora/Psicanalista e escritora

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