"Mila-Mila-Mila,
então não estás a vislumbrar
a sub reptícia escravatura hodierna
que se desenvolve impositivamente
sobre a humanidade?...
Se calhar, és tão feliz, tão feliz,
que nem dás pela trágica ocorrência
que está a passar defronte dos teus olhos."

E eu refuto, amigo querido...
Mais do que vislumbrar, vivo essa desventura
no dia-a-dia ao intentar incutir na cabeça dura de meus alunos - os pobres - quando rebato de todas as formas que o que os libertará dessa "escravatura"
é o empenho próprio em aprender.
Não cito aqui uma aprendizagem que almeja apenas
um diploma. Esse qualquer consegue, cedo ou tarde...
Mas o aprender associado à vida, à revindicação daquilo que por direito todos, sem exceção, deveriam adquirir como garantia de uma existência decente e devotada ao trabalho, tentando seguir, por assim dizer, o famoso paradigma dos três mosqueteiros:

"UM POR TODOS E TODOS POR UM!"

O ser humano está lânguido.
E o povo se deixa massacrar por pensar que não tem força, quando o seu maior TRUNFO é a força que tem, num potencial que ele mesmo
não alcança, justamente por não querer se esforçar. Vale mais a migalha que ganha
"de mão-beijada" do que lutar por algo maior.
O povo vive no ócio e se deixa manipular por ilusionistas espertos que pisariam na própria mãe se disso dependesse a garantia de suas falcatruas impiedosas.
Fico a imaginar...
Se o inferno realmente existe
(não creio nele) deve ser bem espaçoso para acomodar tanta gente "eficaz"
na arte de enganar...
Por outro lado, caríssimo, já vi gente bem intencionada (não do governo) ser escorraçada de favelas por querer levar-lhes algum progresso.
Ah...
Se te contasse tudo o que já vivi e presenciei não acreditarias!
Cheguei à dura realidade de que a pobre humanidade está deste jeito por que talvez queira e mereça.
Por isso, meu caro, voluntariamente, parei de sofrer por algo cuja solução não depende muito de minha inclinação para ser INFELIZ por causas alheias.
Há muito dou a minha cota diariamente, a cada segundo.
Estou sempre no contexto social e nunca fugi de minhas responsabilidades, mas resolvi dar-me o direito de viver as coisas que - por mérito - me dão alegria
e faço delas a minha felicidade... Isto enquanto posso ou a poluição me permite, ainda, vislumbrar um pedacinho de céu, porque
o "meu pedacinho de chão", eu o consegui com o suor de meu trabalho árduo que a duras penas tem gerado alguma satisfação pessoal.
Por essa razão, amigo meu,
não me queira fazer sentir culpada
de ser "TÃO FELIZ"
neste despótico mundo de infelizes.

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¸.•“Circunda-te de rosas
( ´• ama
´•.¸ ) bebe
¸.•)´ e cala.
(.•´ O mais é nada.”
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Fernando Pessoa
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(¸.•´ (¸.•`Milazul ♥ ♥
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Foto: capturada do flogBrasil