Diversos povos elaboraram seus calendários no passado com muitas falhas. Atualmente, com o avanço científicos, o nosso está quase perfeito. Mas o nosso ano começa em data sem nenhuma justificativa astronômica. Deveria estar começando hoje, como era nos dias dos caldeus, ou em um solstício.



Os fundadores de Roma criaram um calendário muito defeituoso, com apenas dez meses:



"No tempo de Rômulo, o primeiro rei romano, fundador de Roma, lá pelos anos de 753 antes de Cristo, o ano civil se compunha de 304 dias, divididos em 10 meses, sendo seis de 30 dias, e quatro de 31 dias. Os meses eram: Março, Abril, Maio, Junho, Quintilis, Sextilis, Setembro, Outubro, Novembro, e Dezembro.



O nome de Março procede de Martius, designação latina de Marte, deus da guerra. O nome Abril deriva de Aphrodite, deusa do amor, Vênus, nascida da espuma do mar, que em grego se traduz por "aphril" que é espuma. O nome Maio vem do nome da deusa Maia, antiqüíssima divindade romana. O nome Junho deriva de Junius, nome latino da deusa Juno, esposa de Júpiter, o rei dos deuses. Os nomes dos demais meses significam quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono e décimo mês.



Porém com este ano de 304 dias, as estações cada ano começavam 2 meses mais tarde que no ano anterior. Para sanar esta irregularidade, o sucessor de Rômulo, o sabino Numa Pompíllio, criou os meses Janeiro e Fevereiro, colocando-os no fim do ano, que ficou assim composto de 355 dias.



O nome Janeiro deriva de Janus, a divindade romana que abria e fechava as portas do Céu. O nome Fevereiro provém de Febro, deus dos mortos.

Porem mesmo com este corretivo, as estações continuavam a não começar no mesmo dia, porém 10 dias mais tarde. Para corrigir este mal, acrescentaram o mês Macedônius de 11 dias, passando o ano a ter 366 dias.



Então as estações passaram a cair cada ano 18 horas mais cedo que no ano anterior. Depois de anos, a diferença já era grande em relação aos anos do princípio.



Para resolver este problema de fazer as estações caírem todos anos no mesmo dia, Júlio César, no ano 46 a.C. encarregou o astrônomo egípcio Sossígenes, que admitindo que o tempo de duração entre o início de uma estação até o seu início seguinte era de 365 dias e 6 horas, recomendou que o ano civil fosse composto de 365 dias, e que a cada 4 anos fosse acrescentado 1 dia antes do início da primavera, que suprimisse o mês 13º, o Marcedônius, e distribuísse os seus 11 dias entre os 12 meses restantes.



Para acrescentar 1 dia ao ano que deveria ter 366 dias, repetiam o dia 24 de Fevereiro. Este mês teria dois dias 24 que seriam os dois sextos dias contando para traz de 29 até 24. Por isto o ano de 366 dias recebe até hoje a denominação de "bissexto". " (Calendário Natural).



Posteriormente, em 1583, tivemos nova reforma do calendário pelo Papa Gregório III.



Nosso ano já havia passado a ter o início em janeiro por ordem de Júlio César.



O calendário dos caldeus já deveria ser bem mais correto do que o dos romanos; porque eles criaram a astrologia, doze signos, correspondentes a doze meses, e o basearam no aparente movimento do sol, observando equinócios e solstícios.



Os proponentes do calendário natural, embora conhecedores até certo ponto da história, o fazem com base em idéias religiosas, o que os leva a fugir muito da realidade.



Dizem que "o dia 1 da Era da Criação do Mundo é o dia 21 de Março, Domingo do ano 4.015 a.C. no calendário gregoriano".



“Em 1650, o arcebispo irlandês James Usher fez as contas e concluiu que Deus criou o mundo às 15h30 do dia 23 de outubro de 4004 a.C. e que o apocalipse aconteceria no mesmo dia e horário em 1996. Bem, errou. Mas Usher inventou a expressão “antes de Cristo”, que usamos até hoje” (Superinteressante, dez/99, pág. 30).



No tempo de James Usher, até temos que reconhecer a precariedade vigorante. Mas hoje?! Afirmar hoje que o mundo foi criado há 6.019 anos é algo grotesco.



O primeiro dia de janeiro não tem nada de peculiar, astronomicamente considerando. Já o 21 de março, esse sim, é mais ou menos o dia em que o eixo da Terra está perpendicular ao Sol, ocorrendo o equinócio, dia em que a noite tem o mesmo tamanho do dia em ambos os hemisférios. Por essa razão, um calendário científicos deveria iniciar o ano na data escolhida pelos caldeus. Poderíamos também escolher uns solstício, dia em que a Terra chega ao seu maior grau de inclinação, em junho ou em dezembro. Mas janeiro é muito artificial, sem fundamento astronômico. Portanto, podemos considerar que, astronomicamente, devemos estar começando o ano hoje, 21 de março.

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