CARNE
A rosa que se revela
À contemplação lírica do poeta
Confessa toda sua
Incandescente ânsia
Antes resguardada.
Sua casta pele-pétala
Ganha a lascívia do instante:
Hiato que não mais
Sabe ao intemerato lírio.
És , agora , musa escarlate,
Desejo lúbrico dos seres platônicos.
Tua seiva é a gota de desejo
Que se dilui na boca sedenta do beijo.
Tua leitura pueril se concretiza
No êxtase natural do pecado.
Tua pele branca é banhada pela nuança
Do arrebol que rebenta todo pejo
Deste sobejo de amor...
São olhos que se traduzem.;
São mãos que se perdem.;
Sulcos, côncavos, curvas,
Ancas, coxas, seios , pêlos...
Dentro da lânguida busca dos lábios,
Um grito de prazer se esboça
E não há força que possa
Com este orgasmo etéreo que se exprime.
©Anderson Christofoletti
|