Durante o decurso do cortejo fúnebre do doutor Álvaro Cunhal, deparou-se-me a surpreendente e espontânea confissão televisiva de um militante do PCP de bandeira vermelha ao ombro: "Estou a viver um dos momentos mais agradáveis da minha vida, prestando homenagem a um homem que merece".
Como entender, na presente circunstância, linearmente a expressão em apreço?...
Eu entendo. É exactamente neste crucial e deprimente ponto que o passado e a actualidade portuguesa, há cerca de 150 anos, têm permanecido: o Fado é triste mas dá um gozo do caraças...
António Torre da Guia |