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Artigos-->VALE O ESFORÇO E GASTOS COM A GRADUAÇÃO PARCELADA? -- 27/03/2004 - 22:57 (Sílvio Rocco) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Leciono na UEG desde ’93, quando ainda era composta de 13 unidades isoladas no estado. Acompanhei a implantação da Universidade, não tão de perto quanto queria, mas apoiei sua criação. Em ’98 tivemos o vestibular da LPPE – convênio I, e hoje já estamos com um convênio V em mãos.

Apesar de ser um projeto social voltado para a melhoria e capacitação do Ensino do Estado de Goiás, ainda ouço críticas e desconfianças, como se o objetivo não fosse comunitário. Afinal, estamos tendo resultados satisfatórios?

A resposta é não. Estou na coordenação de um curso de LPPE desde ’98 e acompanho de perto todas as dificuldades discentes, docentes e administrativas que surgiram. Não falo em termos jurídicos ou políticos, mas referente ao extremo prático do processo: o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem dos professores-alunos da rede estadual de ensino.

Observo desde o primeiro ano os pesares que os alunos passam quando têm que ficar três semanas longe da família, para que possam assistir as aulas concentradas em janeiro ou julho, mas vejo também o orgulho estampado nos rostos dos filhos, maridos e esposas quando ouvem o nome de seu ente querido como aluno de graduação de uma Universidade.

Observo a extrema dificuldade que os alunos demonstram para compreenderem um pequeno texto dissertativo quando esse exige uma produção de texto, mas também vejo o sorriso franco, a exaltação física desses alunos quando apresentam um texto coeso e coerente, mesmo após de 10 ou 15 anos longe desta posição de aluno.

Observo os professores que lecionam a esses alunos-professores, seu cansaço por terem que viajar 220 km por dia para poderem lecionar em Formosa, pois a maioria dos professores é do Distrito Federal, e às vezes, até sem receberem adequadamente por suas aulas, pois o que ganham apenas empata com os gastos de combustível, alimentação e hospedagem.

Mas vejo também a ausência de cansaço quando eles vêm a semana inteira para lecionar por saberem que é com a turma da “parcelada”, também ouço muito que “dá muito mais gosto de trabalhar com a parcelada que com o regular”.

A Licenciatura Plena Parcelada é um projeto que visa graduar professores que já lecionam na rede estadual de ensino e precisam se adequar às novas exigências da lei nº9394/96, que exige graduação a todos os professores. O projeto Licenciatura Plena Parcelada da UEG permite essa adequação, pois possibilita uma graduação em um horário especial. Mas não é esse seu melhor resultado.

A graduação de professores na Licenciatura Plena Parcelada é secundária, o que esse projeto disponibiliza é a renovação de uma esperança, a volta do gosto de lecionar, a reafirmação da crença no poder da educação. No momento que observo uma sala de 50 senhoras e senhores, a maioria mais experiente do que eu (tenho 33 anos!), suando para produzir um texto (às vezes literalmente) nos moldes do solicitado e não desistindo de sua empreitada, eu também renovo minha crença na Educação do Estado e bendigo a oportunidade de estar na UEG para fazer parte desse projeto.

Reafirmo o que disse antes: os resultados obtidos na UEG com a Licenciatura Plena Parcelada não são satisfatórios. Seriam satisfatórios se apenas promovêssemos a graduação de professores. Os resultados da UEG com a Licenciatura Plena Parcelada são excelentes, pois vejo que o que estamos possibilitando além da graduação é a realização de alguns sonhos.





Sílvio Toledo Rocco é coordenador da LPPE de Letras da Unidade Universitária de Formosa e trabalha na educação superior pública em Goiás desde 1993. silviorocco@ibest.com.br

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