O Cristo que vi em Fátima
A primeira impressão foi de indignação.
Passado o impacto, o que via de facto
não era um convite à oração, mas à
reflexão.
Aquele Cristo não é Jesus.
É o homem moderno pregado na Cruz.
Então, com intenção ou não, o templo
ali construído para a posteridade vai
deixar esta verdade:
Na Igreja Matriz está a mãe como a
descreveram os pastorinhos, que estão
ali também.
É mesmo um sagrado altar aos pés
do qual o mundo inteiro se vai ajoelhar.
Na Nova Catedral não está Jesus, é um
templo erguido ao homem caído.
Fraco, opaco, sem luz, sem brilho,
semi destruído, pregado à cruz do pecado.
A vida se indo, as forças fugindo.
É o filho pródigo nos braços da mãe
caindo.
Lita Moniz
|