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Artigos-->SALVOS PELA PERDA DA FÉ -- 31/03/2004 - 18:01 (THEKLA - THEOLOGICAL KEY BY LOGICAL ANALYSIS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

"Deus ou não existe, ou não é onipotente ou está em outro lugar. Diante do que você viu, filhinha, Ele se esqueceu de nós. Temos de nos salvar por nós mesmos" (Mãe de Henrietta Braun, no gueto de Stanislavov, Polônia).



""Fiquei três anos confinada no gueto de Stanislavov, na Polônia, com minha mãe e meu padrato. As casas eram infestadas de ratos, baratas, percevejos. Eu tinha 10, 11 anos. Éramos obrigados a assistir aos fuzilamentos. Os religiosos mais ortodoxos eram humilhados: barbas cortadas, vestes rasgadas, chapéus jogados fora, sinagogas ocupadas e destruídas. Ocorriam bombardeios dos russos e dos alemães. Numa dessas noites, vi cristãos correndo para a igreja com terços. Judeus entraram em um sinagoga desativada envoltos em panos brancos e abraçados à Tora. Pensei que fôssemos para lá, mas minha mãe me levou para um esconderijo subterrâneo. Disse a ela: "Mas mamãe, eles vão ser salvos porque são fiéis e acreditam que Deus vai salvá-los". Então ela me respondeu: "Deus ou não existe, ou não é onipotente ou está em outro lugar. Diante do que você viu, filhinha, Ele se esqueceu de nós. Temos de nos salvar por nós mesmos". De manhã, depois do bombardeio, os cristãos estavam soterrados, ensangüentados, e os judeus também.



Minha religiosidade foi abalada e continua abalada. Assistíamos a crianças serem ensacadas e jogadas em uma enorme cratera, cobertas por cal e enterradas, para poupar balas. Víamos que a terra se mexia e ouvíamos gemidos. Entre 1942 e 1943, mamãe pegou algumas jóias que havia guardado e conseguiu com um padre três certidões de nascimento de paroquianos que haviam morrido. Fugimos e contamos com a ajuda de um alemão que era civil, chamado Herbert Spitta. Ele foi uma espécie de Schildler para nós. Vivemos na clandestinidade como católicos, até o fim da guerra".



Henrietta Braun, de 73 anos, sobrevivente do Holocausto, vive hoje em São Paulo" (Revista das Religiões, março/2004, pág. 18). Henrietta foi salva, não pela fé, mas pela perda da fé de sua mãe, que percebeu que nenhum deus as salvaria dos nasistas.



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