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Cronicas-->CURIOSA ATRAÇÃO -- 26/03/2000 - 15:09 (MARIA DA CONCEIÇÃO MATOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


"Desce maninho, que a vovó vem vindo!" gritava Juju, chamando a atenção do irmão pela aproximação da vó.
Esta cena se repetia todas as vezes que tentavam futricar no armário da vovó Celita.
Aquele armário! Tão insondável! Misterioso até. Quinquilharias, talvez. Nunca se sabia. Quem não gostaria de poder desvendar os segredo ali guardados?
Os armários das vovós, foram sempre motivo de curiosidade para os netinhos. Desde que o mundo é mundo, eles são cobiçadíssimos!... Toda vó, tem a sua caixinha, o seu baú, o seu armário de surpresas.
A minha, então, era especialista nisso. Lá bem no canto da parede, na sala de jantar, ficava o seu misterioso armário. Trancado a sete chaves. Recordo-me bem. Era de madeira de lei- "jacarandá". Pesado. Muito bem trabalhado. Seus entalhes encantavam as visitas que por lá passavam. Não faltava quem indagasse a procedência do mesmo. A minha vó, orgulhosa do seu patrimonio, pigarreava e, pausadamente, ia narrando a história do seu guarda-tesouro.
- "Pertenceu ao meu avó. Tem mais de duzentos anos esta peça. Por esta razão, não abro mão dele por nenhum dinheiro do mundo, ia logo dizendo. Interessados é que não faltam na aquisição desta relíquia de família. Deus me livre de vender a única lembrança que me restou do falecido "Nico Caetano"! Franzia a sobrancelha e pigarreava de novo, disfarçando e saindo de fininho.
Como eu almejava revolver, só por uns segundinhos, o armário da vovó Bilinha!
Chegava mesmo a sonhar com ele, tal o fascínio que sentia por aquela peça. Cismava horas e horas, na tentaiva de descobrir os encantamentos ali depositados.
-"Quantas guloseimas, minha Virgem Santa!!!
E haveria de ter algum tesouro, na certa. Não se justificava manter segredo, se não houvesse nada de valor... Essas e outras conjecturas eram uma constante na minha cabecinha infantil.
Se acontecia da vovó abrir o armário comigo nas proximidades, como eu ficava feliz! Chegava a perder o fólego. O meu pequeno mundo estava todo concentrado ali, naquele velho armário. Com os olhos arregalados e na pontinha dos pés, perscrutava arredia, na infantil esperança de ver algo irradiante. Se a vovó consentisse, como seria gratificante mexer nele um bocadinho!... Conformava-me apenas em dar umas sutis espiadas.
A vovó Bilinha percebia a minha aguçada curiosida e, procurava mantê-la.
-"Sabe filhinha, este armário da vovó, guarda objetos preciosos! Por esta razão, ninguém tem acesso a ele. Você entende?"
Mesmo sem compreender muito o significado das suas palavras, acenava com a cabeça numa afirmativa. Aí, a vovó mui discretamente, fartava-me as mãos de balas, biscoitos, bombons e muitas outras delícias que o armário continha. Dava-me por satisfeita, com um sorriso maroto.
A curiosidade e a vontade enormes de bulir ali, no entanto, persistiam.
Nem as traças, acredito eu, ousariam roçar levemente aquele santuário de manificências.
Quisera elas!...
Também eu... Como quisera!
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