Ah! Caboclo nordestino
Que sofre,
Que não sabe o seu destino.
Que chora
Para molhar o chão.
Tua lágrima é o único líquido
Que é visto no sertão.
Tu pisas neste chão quente
Rachado de fazer dó,
Andando com os pés cheios de bolhas
Comendo palmas e cactos
Quando achas este alimento só.
Caboclo cheio de esperanças
Que trás em sua face
Uma boca calada.
Em teu rancho feito de taipas
Tu vês sua família
Com a fome danada.
Tu olhas para o alto
Vê o céu todo azul
E o sol tinindo de quente
Que às vezes perguntas:
Meu Deus! porque isso?
Sol quente e açude sem água
Tua pele queimada
Parecendo um feitiço.
Tua esposa de barriga vazia
Dando mama teu filho
Com o peito sem leite,
Ah! Caboclo
Você é um herói
Mas tua fome que rói,
Não tem quem aceite.