NATUREZAS INCONFIDENTES
aqui este país sem mar
com portas para o metal.
no centro, um escravo
conta as argolas da corrente
e pensa no sangue azul dos macacos,
orbitando seu terreiro,
um índio pensa na portuguesa nua,
ali, arcanjos com dentes de ouro
assopram em trombetas de papel,
mais além, Ícaro bebe sóis
para distrair o montanhês.
nas fronteiras, há execuções,
festas e nascimentos
simultaneamente.
|