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Cronicas-->MALEVOLÊNCIA -- 26/03/2000 - 15:49 (MARIA DA CONCEIÇÃO MATOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O pior aconteceu e por esta eu não esperava.
Era inacreditável!
Lá estava ela, diante dos meus olhos, completamente cabisbaixa. Da miserabilidade da qual se revestia, então, nada tinha a ver com a sua antiga postura. Fiquei embasbacada. Senti verdadeira ojeriza daquelas mãos malignas que a tocaram. Só podia vir delas o malefício. Não havia outra explicação para tamanha violência.
Aos poucos, aquelas folhas verdes e luzidias, despencaram-se. O frágil corpo da pequenina árvore ficara à mostra. A plantinha violentada, sentia vergonha da sua nudez. Qualquer aragem, imperceptível que fosse, contribuía para o seu desnudamento. A sua parca folhagem, não mais resistia ao sopro sequer de uma amena brisa. Súbita transformação que me deixou injuriada. No dia anterior, a minha pimenteira estava cheia de energia e viço, em meio a um emeranhado de verde. Dentre os inúmeros frutos, haviam aqueles em fase de amadurecimento, cuja cor era arroxeada. Alguns, ainda mais novos, estavam amarelos. Os outros,totalmente sazonados, exibiam sua cor ruborizante e, exalavam aquele perfume ativador do apetite. De repente... a mudança: toda aquela vitalidade, assim, tão fragilizada, agora!...
Era inconcebível. Não me conformava mesmo. Nunca eu sentira tamanha aversão por aquelas mãos nocivas, anónimas, no entanto. Por que elas se opunham ao bem?
Precisavam ser tão prejudiciais? Apenas um leve toque seus, e, a minha plantinha jazia sem vida?!
Algo indesejado por mim.
Toda onipotência da planta, transferira-se para aquelas mãos, cuja cumplicidade, nelas se fixou.
Passado o encanto malévolo, a minha linda e viçosa pimenteira, adormecia profundamente, como se tivesse travado uma árdua batalha. Dormia, como se dorme alguém, que nunca mais irá voltar...
E aquelas mãos fatídicas, continuam esticadas por aí, tocando num rítmo conspirador, as milhões de plantinhas indefesas.
Aposto que elas gostariam de morar numa "estrela", como eu.
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