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Artigos-->A paixão de Cristo (Uma seção de tortura) -- 12/04/2004 - 19:25 (Athos R. Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Uma seção de tortura

Athos Ronaldo Miralha da Cunha



Os 40 anos do golpe de abril de 64 proporcionaram infindáveis reflexões. Foram diversas reportagens, vários livros, inúmeros artigos e documentários. Uma revisão histórica acerca do regime de exceção implementado pelos militares.



A ditadura militar escreveu uma das páginas mais obscuras da história do Brasil. E, passados todos esses anos, ainda aguardamos as verdades dos inacessíveis arquivos secretos daqueles anos cinzentos. Mães ainda choram por filhos desaparecidos. Há uma legião de nomes e rostos que jamais foram encontrados. Dados por mortos estão à espera de um sepultamento digno.

As análises são conclusivas e reforçam claramente, com lembranças vivas e inquestionáveis, que só a democracia alavanca o progresso político, a paz social e o desenvolvimento econômico. Há uma convicção fremente de que a democracia brasileira está consolidada e que a tortura é apenas uma página preta num livro de história que ficou enclausurada em um infausto passado.



Pululam pelo mundo afora grandes manifestações pela paz. A humanidade deseja viver pacificamente. E essa é a busca incessante. Então, podemos afirmar que não há mais hipóteses, em um mundo moderno e justo, de um cidadão ser torturado por pensar diferente.

Não queremos mais brasileiros nos subsolos das delegacias sob o jugo de um torturador. Não queremos mais as execuções sumárias. Não há mais motivos justificáveis para que brasileiros amargurem saudades em um exílio político.



Entretanto, nesse momento em que o Brasil reflete as agruras de uma ditadura e os malefícios da tortura, paradoxalmente, diante dos cinemas, multidões fazem filas para assistir o filme “A paixão de Cristo”.

Os cristãos conhecem minuciosamente a trajetória de Jesus de Nazaré, o que disse, o que fez, porque veio ao mundo e o quanto sofreu fisicamente.

Mas a palavra de Cristo não foi o foco do filme de Mel Gibson. O filme enfatiza a violência e o suplício de um homem. Um tormento interminável e algozes insaciáveis. São duas horas de uma seção de tortura. Cenas inesquecíveis porque são cruéis e insanas, chocantes porque são desumanas. O filme é uma apologia ao sadismo e por isso nos inquieta.



Tenho uma formação cristã e para mim, esse filme não traz a mensagem do que Cristo falou e sim, cenas crudelíssimas de flagelo e humilhação. Insuportáveis para quem assiste.

Cristo transmitiu amor em suas palavras e a película nos mostra, apenas, a chibata, sofrimento e sangue.

Mel! Afasta de mim esse cálice!





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